Schwarzenegger diz que Califórnia não tem dinheiro para pagar suas contas
Estado é um dos mais afetados pela crise econômica nos Estados Unidos
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
O governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger declarou nesta quinta-feira (02/07) que o Estado está em situação de emergência fiscal. Desde ontem, o Estado americano passou a emitir documentos de reconhecimento de dívida, conhecidos como IOU nos EUA, para pagar dívidas bancárias, contribuintes e outras pendências governamentais.
Segundo o jornal The New York Times (NYT), Schwarzenegger está negociando com os maiores bancos a fim de convencê-los a aceitar os milhares de IOUs emitidos, pois os documentos não especificam a data de pagamento.
Até agora foram impressos 28.742 IOUs, o equivalente a 53,3 milhões de dólares. De acordo com o controlador da Califórnia John Chiang, se o Estado não entrar em um acordo orçamental com os credores até o final de agosto, o montante pode crescer para cerca de 4,8 bilhões de dólares.
Ainda segundo NYT, o governador tem priorizado os serviços estatais como saúde, bolsas sociais e programas de pensão entre todas as pendências que estão sendo negociadas.
Essa medida de recorrer aos IOUs está sedo encarada como um aviso para outros estados que ainda não conseguiram fechar seus orçamentos deste ano fiscal devido à desaceleração econômica.
A Califórnia tem hoje a pior avaliação de risco de crédito do país. Os seus gastos vêm aumentando paulatinamente nos últimos anos. Em 2003, os gastos públicos foram de 104 bilhões de dólares. No ano passado atingiu 145 bilhões de dólares.
Para grupo de estudos da Universidade da Califórnia-Santa Bárbara, a recessão californiana, que começou no final do ano passado com a crise financeira mundial, é decorrente de falta de preparo dos governantes e de um sistema tributário ineficiente.
Schwarzenegger tem tomado algumas medidas polêmicas, desagradando boa parte da população da Califórnia. O governador propôs um pacote de corte de gastos, principalmente em programas sociais e em educação, e aumento da carga tributária, elevando a alíquota do imposto sobre o consumo.
Além disso, pretende mandar embora um número ainda indefinido de professores, policiais, bombeiros e outros servidores públicos - e os que conservarem seus empregos devem ter redução de salários de pelo menos 10%.