Real e BNDES derrubam lucro da Embraer no segundo trimestre

A Embraer teve lucro líquido de R$ 21,4 milhões no segundo trimestre, contra lucro de R$ 166,5 milhões de reais registrado um ano antes. A queda do resultado é decorrente da valorização do real e do atraso na liberação de recursos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A receita da companhia --que entregou 28 aviões no período de abril a junho-- foi de R$ 1,65 bilhão de reais, alta em relação ao faturamento de R$ 1,55 bilhão há um ano.

O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de R$ 322 milhões, contra R$ 430 milhões no segundo trimestre de 2002. A margem bruta da Embraer, que nos últimos três meses de 2002 estava em 45,9%, caiu para 39,4% no primeiro trimestre deste ano e recuou a 31,6% de abril a junho. O custo dos produtos vendidos subiu 24,7% no segundo trimestre na comparação anual, para R$ 1,13 bilhão. A não liberação dos recursos também prejudicou o endividamento da Embraer: a despesa financeira líquida no segundo trimestre foi de R$ 42,2 milhões, contra R$ 3,7 milhões um ano antes.

BNDES libera verba para a Embraer

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve destinar US$ 7 bilhões para o financiamento de vendas de aviões da Embraer para o exterior no próximo ano, segundo o presidente do banco, Carlos Lessa.

Este ano, o BNDES destinou US$ 4 bilhões para o financiamento de exportações. Desse total, 47% ou US$ 1,88 bilhão, foram para a empresa. Lessa afirmou que a Embraer é a segunda empresa no ranking de exportações brasileiras e que a empresa mantém uma relação matrimonial com o banco difícil de ser quebrada.

Segundo o presidente do BNDES, o banco tem como diretrizes: elevar o índice de nacionalização em 65% e conseguir parceiros que ofereçam financiamentos para aviões.