O projeto Barcarena do Futuro mudou a vida dos moradores de cinco vilarejos rurais pertencentes ao município de Barcarena, a 40 quilômetros de Belém. Até o ano passado, as 270 pessoas que lá vivem não tinham opção de renda. Sobreviviam da pesca e do plantio de feijão e mandioca. Há pouco mais de um ano, uma equipe de técnicos organizados pela metalúrgica paraense Alunorte vem ajudando essas pessoas a desenvolver atividades, escolhidas pelos próprios moradores, que tornem as comunidades auto-sustentáveis, como a piscicultura, a agricultura e a criação de animais. Antes passávamos fome , diz José Moreira, líder das comunidades de Cabeceira Grande e Maçarapó. Hoje podemos fazer planos para a comunidade e para nossos filhos.

A Alunorte, que criou e mantém o projeto, trabalhou com o governo do estado e a prefeitura para levar infra-estrutura de luz, água e a distribuição de títulos de posse da terra para os moradores. Nos últimos anos, eles já se estabeleceram em vários terrenos e foram expulsos , diz Galib Chaim, diretor industrial da Alunorte e um dos coordenadores do projeto. Eles não têm a própria terra e viviam sem poder se fixar.

A primeira safra de feijão, colhida há cerca de dois meses, foi vendida para supermercados e restaurantes da região. Os planos para 2002 incluem a montagem de uma linha de processamento de polpa de fruta, para vendê-la congelada. Até que as comunidades se tornem auto-sustentáveis dentro de um prazo mínimo de dois anos, a Alunorte planeja investir 1,2 milhão de reais no desenvolvimento do projeto. A idéia é que esses cinco vilarejos sirvam de modelo para os outros da região , diz Chaim.