A fabricante de carros esportivos Porsche anunciou nesta segunda-feira que elevou sua participação na Volkswagen de 31% para 50% das ações. Horas antes, a Volks havia divulgado a compra do controle da fabricantes sueca de ônibus e caminhões Scania. Com os negócios, a Porsche, montadora com maior rentabilidade na indústria automobilística mundial, passa a liderar um grupo de empresas que inclui também a Audi e a Lamborghini. Juntas todas essas companhias alcançam um valor de mercado de 150 bilhões de euros, segundo o jornal britânico Financial Times.

Em janeiro, a Porsche havia anunciado sua intenção de aumentar a participação na Volks. Mesmo com uma fatia maior, a Porsche continuará a deter apenas 20% das cadeiras no conselho da Volks, porque a legislação alemã impede que um sócio tenha mais votos. Essa lei beneficia o segundo maior acionista da montadora, o Estado da Baixa Saxônia, que tem 20,1% de seus papéis e poder de veto nas decisões da empresa. A Porsche já havia anunciado que entrará na Justiça contra a legislação.

Nesta segunda, a Porsche obteve autorização do conselho da Volks para aumentar sua participação. As duas empresas informaram que não vão fundir suas operações. Wendelin Wiedeking, chefe-executivo da Porsche, diz, no entanto, que seu objetivo é criar "uma das alianças mais fortes e inovadoras da indústria automobilística mundial, capaz de enfrentar o aumento da competição internacional". Juntas as montadoras formariam um grupo capaz de brigar pela liderança mundial de mercado com a japonesa Toyota. Com o negócio, a Porsche também evitaria uma possível oferta hostil pelas ações da Volks, segundo o Wall Street Journal. Para o FT, também trata-se uma coroação para Ferdinand Piëch, presidente da Volks e da empresa de caminhões MAN e controlador da Porsche.

Piëch é neto de Ferdinand Porsche, que ajudou a criar a Volks e a Porsche e foi o homem responsável por desenhar o Fusca.

Scania

Já a compra do controle da Scania pela Volks custou 2,9 bilhões de euros. Se a Scania fosse reunida com a MAN, empresa de caminhões também controlada pela Volks, o grupo se tornaria o maior fabricante de caminhões da Europa, batendo a Volvo e a Mercedes. No entanto, a Volks também diz que não tem intenção de juntá-las em um negócio só.