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Obama desiste de nomear "czar" para supervisionar as montadoras

Comitê de membros do governo deve gerir a reestruturação do setor

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O presidente americano Barack Obama não vai mais nomear um "czar" para supervisionar a reestruturação da indústria automotiva. Em seu lugar, o governo pretende criar uma força-tarefa composta por representantes de diversas agências oficiais para tratar do assunto.

De acordo com o Wall Street Journal, dois membros do governo já foram escalados: o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o chefe do Conselho Econômico Nacional, Lawrence Summers. Geithner supervisionará os acordos com a indústria automotiva para a aplicação de 17,4 bilhões de dólares em empréstimos com recursos públicos.

Nesta terça-feira (17/2), a General Motors e a Chrysler - duas das maiores montadoras americanas - deverão apresentar um profundo plano de reestruturação, que precisa contar com o apoio dos sindicatos de trabalhadores e dos credores. Os planos serão apresentados a um representante do governo americano e é uma das condições para que as companhias recebam o financiamento federal.

Ainda no final do governo Bush, as autoridades federais cogitavam designar um supervisor público para acompanhar a reestruturação do setor automotivo e a aplicação dos recursos - logo apelidado pela imprensa de "czar" do setor. A demora do governo em indicar um responsável pelo programa de socorro às montadoras desacelerou as negociações com as empresas, sindicatos e credores.

Mesmo sem um "czar", a GM e a Chrysler, as mais afetadas pela crise econômica americana, tentaram manter contatos diários com o governo Obama, com o objetivo de se orientarem sobre as linhas gerais da reestruturação da indústria. As montadoras estão usando os recursos como uma espécie de empréstimo-ponte para ajudá-las a atravessar o período mais crítico da crise americana, enquanto elaboram planos para tornar seu negócio viável no longo prazo. Membros do governo acreditam que a GM e a Chrysler precisarão, em breve, de mais dinheiro. Na apresentação desta terça-feira (17/2), o governo americano espera que a GM peça alguns bilhões a mais do que o previsto no pacote de ajuda ao setor.

Ajuda polêmica

O pacote de socorro às três maiores montadoras americanas - GM, Ford e Chrysler - foi aprovado em dezembro pelo Congresso, após muita polêmica. A ajuda soma 17 bilhões de dólares. Somente a GM deverá receber um total de 13,4 bilhões de dólares do Tesouro americano, além de 6 bilhões para apoiar seu braço financeiro, a GMAC. No final de dezembro, a GM recebeu a primeira parcela da ajuda - 4 bilhões de dólares. Os recursos saíram do TARP, o fundo de emergência criado pelos Estados Unidos para, inicialmente, socorrer os bancos afetados pela crise financeira mundial. Se o Congresso aprovar a liberação dos outros 350 bilhões de dólares do TARP, a GM deve receber mais 4 bilhões de dólares ainda em fevereiro.

O Tesouro americano também liberou 4 bilhões de dólares, no início de janeiro, para a Chrysler, que chegou a anunciar a suspensão de suas atividades por um mês, a partir de dezembro, até que o dinheiro chegasse ao caixa. Já a Ford afirmou que, por ora, não necessita de ajuda para tocar suas operações.

A aprovação do socorro às montadoras contou com forte resistência dos parlamentares republicanos, que questionaram o uso de recursos dos contribuintes para resgatar as empresas. Para os republicanos, o melhor seria deixar as companhias quebrarem, para, então, reestruturá-las sob a proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências americana - o equivalente à recuperação judicial no Brasil.

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