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O Eldorado de roupa nova

O shopping center atinge a maioridade, muda a fachada e amplia o número de lojas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O empresário Paulo Veríssimo, de 37 anos, é ao mesmo tempo acionista e diretor de operações do Shopping Eldorado. Mas, na hora de comprar livros e CDs, prefere a internet. Ele jamais administrou um supermercado, o negócio que foi a marca da família Veríssimo até 1998, quando a rede foi vendida ao grupo Carrefour. Antes de entrar para a diretoria do Eldorado, em 1991, trabalhou em banco e viu de perto a ciranda financeira. Não gostou. "Prefiro os negócios reais, em que a gente coloca um tijolinho sobre o outro", diz. Sob sua administração, o Eldorado vem recebendo tijolos novos e vai perder alguns antigos. Cabe a Veríssimo a tarefa de tocar uma reforma orçada em 12 milhões de reais, com a perspectiva de elevar o faturamento em até 20% nos próximos dois anos. A fase mais difícil foi dar a arrancada. As obras deveriam ter começado em janeiro, mas o projeto atravessou vários trâmites burocráticos. Foi necessário desembolsar 15 milhões de reais para se enquadrar nos critérios da Operação Faria Lima, que regulamenta a ocupação do solo na região. A reforma teve início em junho e vai mexer no que há de mais tradicional no Eldorado: a fachada. O tom cinza teve a função de dar ao prédio uma aparência menos avantajada, pois um empreendimento das dimensões do Eldorado inibiria o consumidor em 1981, ano da inauguração. O novo layout ainda não foi definido, mas é certo que os vidros sairão e a fachada ficará clara, talvez colorida.

A mudança na aparência busca atrair o olhar do público-alvo do Eldorado: o consumidor das classes B e C, que gosta de lazer e entretenimento e das opções de compra diferenciadas. Para cativá-lo, a revitalização inclui novas marcas, como a Terra Madre, especializada em artigos artesanais para o lar. O hipermercado Carrefour negociou a redução de sua área, abrindo espaço para a instalação de 50 lojas que serão inauguradas até o fim do ano. Estão previstas também mudanças nos outros dois pisos e a inauguração de mais uma miniâncora. Trata-se da Casa dos Criadores, uma loja de 740 metros quadrados que reunirá o trabalho de 30 estilistas. Nos últimos 20 anos, o número de lojas do Eldorado passou de 91 para 380. A rentabilidade por metro quadrado, segundo Veríssimo, alcança em média 90 reais.

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O Eldorado vai abrigar um multiplex com dez salas de cinemas. O complexo, com cerca de 3 000 lugares, ocupará o topo de um edifício de seis andares que será construído ao lado do shopping. Os cinco outros pavimentos vão abrigar um estacionamento com 1 000 vagas. O novo prédio terá acesso direto ao terceiro piso do shopping, onde fica a praça de alimentação. Estima-se um aumento de 30% a 40% no movimento da área durante a noite. O teatro Palladium, com capacidade para 800 lugares, também será reformado para apresentações noturnas e funcionará como auditório para convenções durante o dia.

O projeto inclui ainda a construção de um prédio de escritórios com 32 andares. A Incorporadora Gafisa assumiu o empreendimento após um acordo de permuta. Veríssimo avalia que o prédio vá reunir uma população de 5 000 pessoas e ajudar a aumentar o movimento no shopping, que hoje recebe, em média, 1,8 milhão de visitantes por mês.

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