As ações da Novartis, a gigante suíça do mercado farmacêutico, sofreram uma queda de quase 3% no início da manhã desta sexta-feira (13/2)  e recuperaram parte desse valor horas mais tarde. A queda veio com a divulgação de um comunicado confirmando o interesse em fazer uma oferta pela Aventis, a concorrente franco-alemã que está sendo alvo de uma oferta hostil por parte da também rival francesa Sanofi-Synthélabo. No comunicado, a Novartis afirmou que estava explorando a viabilidade de uma fusão com a Aventis, mas que nenhuma decisão sobre levar ou não a idéia à frente foi tomada. Hoje, a Comissão Européia afirmou que, até o dia 15 de abril, se posicionará a respeito dos efeitos da oferta hostil da Sanofi nos negócios da Aventis.

Segundo analistas, a queda das ações da Novartis após o anúncio estão relacionadas à crença de que a empresa possa estar prestes a gastar mais do que deveria para adquirir um concorrente fraco que tem poucos medicamentos promissores sendo pesquisados.

A declaração da Novartis veio à tona por pressão da AMF, espécie de CVM francesa. O motivo é que a empresa já é considerada há algum tempo como uma das candidatas mais prováveis a adquirir a Aventis, tendo até mesmo já contratado bancos para estudar o negócio.

Além disso, Daniel Vassella, o principal executivo da Novartis, tem falado abertamente na mídia que o setor caminha para uma concentração ainda maior e que a sua empresa ambiciona ser uma das líderes desse processo. Se adquirir a Aventis, a Novartis assume o posto de segundo maior laboratório do mundo, atrás apenas do americano Pfizer.

Enquanto isso, a assediada Aventis tenta se defender da Sanofi, que inicialmente teria avaliado a empresa em 46,5 bilhões de euros.