São Paulo – Nesta manhã (11/05), durante a teleconferência de resultados do grupo Pão de Açúcar (clique aqui para ler a cobertura do evento), o presidente do conselho administrativo da companhia, Abílio Diniz, deu pistas de que está confiante em um acordo final com a gigante do varejo Casas Bahia. Segundo o empresário, as empresas estão neste momento renegociando alguns pontos importantes nos contratos. O intuito principal é esclarecer qualquer dúvida que possa surgir entre as partes no futuro. "O processo de integração entre as companhias continua, mas não com a rapidez que gostaríamos", disse Abílio. "Tudo caminha para que um acordo seja finalizado em breve".

O empresário disse que a empresa decidiu manter em sigilo a evolução da negociação para evitar que qualquer boato ou interferência externa atrapalhasse as negociações. "O que está tomando tempo no momento são pontos mais relevantes", disse. "Acredito que já chegamos a um acordo e estamos detalhando os contratos".

O parecer do empresário sobre o assunto era esperado com ansiedade pelos analistas. Isso porque o acordo interfere diretamente no valor de mercado da companhia perante os analistas de mercado. "Em nossas projeções de ganho para a empresa já havíamos incluído o ganho que a marca ganharia com o acordo com as Casas Bahia", afirma Cauê Pinheiro, analista de varejo da corretora SLW. "Se o negócio não se concretizar, as ações do Pão de Açúcar podem cair um pouco, mesmo com os bons resultados apresentados hoje pela manhã pela companhia".

Resultados

Os resultados do primeiro trimestre do grupo apresentados hoje não fugiram muito do que os analistas do setor de varejo estavam prevendo: bons resultados, apesar das margens operacionais pequenas. A receita líquida da companhia foi de 6,9 bilhões de reais, aumento de 50,2% no período, e as vendas brutas atingiram 7,7 bilhões de reais, 47,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2009. Os valores deixam de lado as operações do Ponto Frio.

A margem de ebitda da companhia (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) atingiu 377,2 milhões de reais, um crescimento de 20,8% em comparação ao primeiro trimestre de 2009. O mesmo índice apenas das operações relacionadas à bandeira Assaí foi de 16 milhões de reais, o que representa uma margem de 2,6%. "Essa margem foi impactada pelo número grande de lojas da bandeira Assaí sendo inauguradas e melhorará quando as lojas começarem a apresentar um patamar de vendas maior", explicou José Antônio Filippo, diretor executivo financeiro do Pão de Açúcar. "A expectativa é que isso aconteça em um curto espaço de tempo".