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Light tem prejuízo anual de R$ 850 milhões com "gatos" no RJ

Ligações clandestinas de energia feitas em comunidades do Rio provocaram prejuízo à distribuidora


	Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 20h32.

Rio de Janeiro - As ligações clandestinas de energia, conhecidas como “gatos”, feitas nas comunidades carentes do Rio de Janeiro, provocam um prejuízo anual da ordem de R$ 850 milhões à distribuidora Light, informou hoje (10) a empresa.

Na avaliação do presidente do Conselho de Consumidores da Light e do Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico, Eletrônicos e Eletrodomésticos do Rio de Janeiro (Simerj), Antônio Florêncio, “a população do Rio vive o resultado da desordem da ocupação urbana”.

O furto de energia causa perda de arrecadação do estado nos três níveis (federal, estadual e municipal), ao mesmo tempo em que faz a população ligada de forma regular ao sistema de distribuição pagar por quem rouba energia.

“Nós pagaríamos 17% a menos na nossa  conta de luz se todos pagassem”, revela Florêncio.

Em algumas comunidades, de forma experimental, foram desenvolvidos projetos de regularização e eficiência energética, além de adequação paulatina à tarifa, com resultados positivos.

Um exemplo é a favela Santa Marta, no Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, onde todas as ligações foram regularizadas, com substituição dos equipamentos das residências por outros mais eficientes em termos de consumo de energia, para tornar a conta mais acessível a quem paga.

Além disso, criou-se uma trajetória de cobrança dessa conta de modo que ela caísse aos poucos.

“Por exemplo, a conta dava R$ 100, a distribuidora cobrava R$ 50 e os outros R$ 50, ela absorvia”, conta Florêncio Mesmo assim – acrescenta ele - houve vantagem para a distribuidora que, no passado, não recebia nada.

A forma de consumo passou a ser  mais racional e “a adimplência, naquela comunidade chega hoje a 98%”.

Para o presidente do Simerj, a causa das ligações informais está atrelada ao custo da energia. “O Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) do estado do Rio de Janeiro é o maior do Brasil”.

O peso  dos encargos, tributos e taxas alcança mais de 60% da conta de energia.

Também a distribuidora de energia Ampla, que abastece 66 municípios fluminenses, ou 73% do território estadual, sofre com as ligações clandestinas.

Nos 12 meses compreendidos entre abril de 2014 a março de 2015, as perdas de energia da concessionária atingiram 20,19% do total da energia distribuída pela empresa, contra 19,96% registrados de abril de 2013 a março de 2014.

O valor econômico dos prejuízos não é divulgado pela empresa.

A assessoria de imprensa da Ampla informou que o aumento das perdas de energia no período se deve, em grande parte, ao furto de energia com o crescimento das áreas de risco nas cidades onde a empresa atua.

No primeiro semestre de 2015, foram feitos 325 registros de ocorrência e 65 prisões por furto de energia na área de concessão da empresa.

Em 2014, 139 pessoas foram presas por furto de energia nas cidades atendidas pela Ampla.

Para combater o furto de energia, a Ampla implantou medição eletrônica de energia, a partir de 2005, nos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Duque de Caxias e Magé.

Hoje, já são 708 mil clientes com o sistema instalado e a previsão é que mais 100 mil estejam operando com o sistema até 2018.

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