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New York Times põe à venda participação em time de beisebol

Para se salvar das dívidas, o jornal busca comprador para sua fatia no Boston Red Sox, uma das equipes mais populares dos EUA

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Pressionada por dívidas, queda no valor das ações e redução no faturamento de todo o setor, a empresa responsável pelo jornal New York Times busca compradores para todos os seus ativos que não se relacionam com o periódico, inclusive uma participação de 17,5% na companhia que administra o Boston Red Sox, um dos maiores times de beisebol dos Estados Unidos.

Segundo o Wall Street Journal, a New York Times Co. (NYT Co.), responsável pelo New York Tmes, planeja receber cerca de 300 milhões de dólares pela sua fatia no Red Sox, quatro vezes mais do que pagou em 2002, quando juntou-se ao bilionário John Henry para adquirir a equipe. A controladora do New York Times é hoje a segunda maior detentora de papéis da empresa na qual Henry é o acionista majoritário, a New England Sports Venture, dona da equipe, do estádio do time, o Fenway Park, e da maior parte do canal de TV a cabo que transmite os jogos do clube.

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A estratégia da NYT Co. na época em que estabeleceu a sociedade era aproveitar justamente a popularidade do canal para criar pacotes de anúncios publicitários que associassem os anúncios na TV a espaços também no jornal que a companhia mantém em Boston, o Globe. Com isso, a empresa esperava aumentar a receita publicitária de um de seus principais periódicos, mas a tática foi incapaz de compensar a tendência de queda na receita dos jornais impressos americanos.

Agora, a empresa tenta fazer o percurso contrário. Junto dos ativos esportivos, a controladora do New York Times estaria negociando a venda do próprio Boston Globe. O jornal, porém, deve render pouco aos cofres da companhia, diante da tremenda desvalorização sofrida nos últimos dois anos. Segundo o Wall Street Journal, o preço do Globe teria despencado de 600 milhões de dólares, em 2006, para 20 milhões de dólares no fim de 2008, de acordo com análises de especialistas.

A NYT Co. também terá dificuldade para embolsar o valor que espera obter com a venda dos papéis do Red Sox. Tomando como base o valor pago a um outro acionista, que se desfez de suas ações no começo de 2007, a fatia em poder da NYT Co. estaria avaliada em 165 milhões de dólares, pouco mais da metade do que a empresa vem pedindo. A cifra mais modesta é praticamente igual à que obteve o banco de investimentos Barclays Capital, numa avaliação recente.

Salvação em meio à crise

A venda de ativos não-relacionados ao New York Times é uma das principais exigências dos acionistas da NYT Co. para que a empresa retome a rentabilidade. Além do enxugamento na disponibilidade de crédito, que dificulta a renegociação de um empréstimo de 400 milhões de dólares a ser pago em maio de 2009, a empresa enfrenta um declínio constante das receitas publicitárias, com queda de 21% só em novembro.

No último mês, a empresa já havia cortado três quartos dos seus dividendos, o que agravou a desvalorização dos papéis na Bolsa de Nova York. Desde o início de 2008, a NYT Co. já perdeu 60% de seu valor de mercado, e as ações caíam mais de 8% na manhã desta segunda-feira (29).

Como parte do plano de recuperação, a companhia estuda ainda arrendar os 26 andares do prédio em Manhattan onde funciona sua sede administrativa, operação que ajudaria a levantar outros 225 milhões de dólares.

A dívida de longo prazo da NYT CO. chega a 672 milhões de dólares.

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