Armínio Fraga Neto, ex-presidente do Banco Central, assumiu o cargo de presidente do novo Conselho de Administração da BM&FBovespa com discurso cauteloso frente ao atual cenário econômico e financeiro adverso. Porém, segundo ele, o momento não traz apenas desafios, mas também muitas oportunidades de crescimento.

"Vejo que nossa presença pode crescer no lado internacional, tanto com volta dos investidores estrangeiros quanto com a expansão de projetos e parcerias lá fora", afirmou.

Sócio-fundador da Gávea Investimentos, Fraga planeja implantar a estratégia de explorar ao máximo o potencial de crescimento da bolsa brasileira, que é um dos maiores no mundo. Por isso, pediu aos acionistas da companhia que tivessem paciência e pensassem em longo prazo, já que a empresa é altamente lucrativa, apesar de seus papéis oscilarem com o volume de negócios.

As ações da BM&FBovespa vêm sofrendo forte desvalorização desde a proliferação da crise internacional no segundo semestre do ano passado. Nesta sessão, as ordinárias (BVMF3) caíram 3,68% e fecharam o dia negociadas a 8,90 reais.

Para o presidente, sua experiência atuando ao lado do governo contribui para a colaboração com instituições regulatórias. Fraga presidiu o BC entre março de 1999 e dezembro de 2000, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso e nos primeiros dias de Lula em Brasília.

"Faço questão de levar a transparência a seu limite", ressaltou, exaltando também a base de critérios do Novo Mercado, para melhorar a governança corporativa. Ainda assim, um de seus objetivos é reforçar tais padrões.

O economista destacou ainda o fato de que a BM&FBovespa é atualmente a quarta maior bolsa do mundo por valor de mercado e pode expandir seu leque de produtos oferecidos. Além disso, sua infra-estrutura já foi testada por momentos de estresse e, mesmo assim, mantém bom potencial de crescimento.