Mais de 100 motoristas de Uber foram acusados de agressão sexual nos EUA
Muitos dos casos envolve mulheres que dormiram no veículo após uma noite de festa, circunstâncias que estes motoristas teriam aproveitado para abusá-las
EFE
Publicado em 1 de maio de 2018 às 09h29.
Última atualização em 2 de maio de 2018 às 09h03.
Washington - Pelo menos 103 motoristas de Uber foram acusados nos últimos quatro anos de abusar ou agredir sexualmente passageiros nos Estados Unidos, segundo uma investigação da "CNN" publicada na segunda-feira.
Estes 103 motoristas "foram detidos, são procurados pela polícia ou seus nomes foram citados em processos civis relacionados com os incidentes", segundo a emissora americana.
Deles, 31 foram condenados, enquanto em outros 18 casos a causa foi arquivada.
Essa mesma investigação verificou que o Lyft, um dos principais concorrentes de Uber, teve pelo menos 18 casos.
Muitos dos casos envolve mulheres que dormiram no veículo após uma noite de festa, circunstâncias que estes motoristas teriam aproveitado para abusá-las ou agredi-las.
A "CNN" chegou a estes números depois de ter acesso aos registros policiais e judiciais de 20 das principais cidades americanas.
A emissora advertiu, no entanto, que o número pode ser muito maior já que as polícias locais que colaboraram na distribuição de dados (Los Angeles, Boston, Austin e Denver) têm registrados vários incidentes deste tipo que não foram verificados.
Além disso, a maioria dos casos foi resolvida mediante arbitragem como exige o Uber e inclui cláusulas de confidencialidade.
Jeanne Christensen, uma advogada que representa várias vítimas de motoristas de Uber, disse à "CNN" que a companhia "fez um trabalho milagroso para manter isto em sigilo".
A Uber enviou a EXAME uma nota de posicionamento sobre o tema:
"Essas histórias são horríveis e nos solidarizamos com as vítimas. Trabalhamos com a CNN para entender os fatos apurados e informamos que a Uber fez 2,4 bilhões de viagens nos EUA no mesmo período. Mas mesmo um único incidente na nossa plataforma é demais, razão pela qual segurança é a principal prioridade da Uber para este e os próximos anos. Recentemente fortalecemos nossas medidas de segurança com novos recursos nos EUA, incluindo um botão de emergência, aprimoramentos na verificação de motoristas e a contratação do ex-secretário de Segurança Nacional para liderar o Conselho Consultivo de Segurança da Uber. Este é só o começo e temos o compromisso de fazer ainda mais.”
Atualizado em 2/5, às 9h, para inclusão da nota da Uber.