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Laços entre Petrobras e Bank of China surgem após venda

Decisão da brasileira de contratar o banco para ajudar a organizar a venda de US$ 8,5 bilhões em títulos está aumentando a chance de laços mais profundos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 16h36.

A decisão da Petróleo Brasileiro de contratar o Bank of China para ajudar a organizar a venda de US$ 8,5 bilhões em títulos da produtora estatal de petróleo está aumentando a probabilidade de que seus laços sejam muito mais profundos.

A oferta, a primeira na história em que uma empresa latino-americana é subscrita por um credor chinês, provavelmente tenha sido precedida de um empréstimo concedido pelo banco à empresa com sede no Rio de Janeiro, disseram Marco Aurélio de Sá da Crédit Agricole e Hsia Sheng, professor da Fundação Getúlio Vargas. O Bank of China, com sede em Pequim, e a Petrobras não quiseram comentar se um empréstimo foi outorgado.

A Petrobras está tentando desenvolver novas fontes de financiamento, pois seu esforço para financiar US$ 221 bilhões em gastos tem seu custo no mercado de títulos. A produtora de petróleo de capital aberto mais endividada do mundo pagou 3,5 pontos porcentuais a mais do que os títulos do Tesouro americano na porção de 10 anos da sua venda nesta semana. São 1,45 pontos porcentuais a mais do que o prêmio exigido pelos investidores à Petróleos Mexicanos quando a produtora estatal desse país vendeu títulos com vencimento similar em janeiro, mostram dados compilados pela Bloomberg.

“Eles precisam continuar investindo nos seus projetos, e o financiamento fácil a que eles recorriam tradicionalmente – Wall Street, Londres – já não é mais tão acessível”, disse de Sá, veterano com 20 anos de experiência nos mercados emergentes, que dirige as operações com renda fixa na unidade de corretagem da Crédit Agricole em Miami, em entrevista por telefone. “A Petrobras, com este endividamento excessivo, está assustando alguns dos fornecedores tradicionais de capital”.

Carga de dívida

A Petrobras, que possui US$ 113 bilhões em obrigações de dívida, emitiu notas nesta semana com vencimentos em entre três e trinta anos. A companhia vendeu US$ 2,5 bilhões das notas a 10 anos. A empresa emitiu US$ 11 bilhões em títulos em maio, um recorde para emissores de países em desenvolvimento, e US$ 5,1 bilhões em valores denominados em euros e libras esterlinas em 7 de janeiro, mostram dados compilados pela Bloomberg.


O Bank of China é o segundo maior banco segundo ativos operados na bolsa de Hong Kong, com um total de US$ 2,16 trilhões em ativos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“O Bank of China tem expandido suas transações com muitas empresas brasileiras, e faz sentido que eles abram seu balanço a empresas como a Petrobras”, disse Sheng, professor de Finanças Corporativas que trabalhou anteriormente no Grupo Votorantim e no Citigroup, em entrevista por telefone de São Paulo. “É um banco com uma base de distribuição enorme na China e em diferentes partes da Ásia, e um contato muito bom com investidores institucionais na região”.

‘Somas significativas’

A Petrobras também está recorrendo a fontes alternativas de financiamento, como o mercado local de debêntures, para financiar suas necessidades de gastos de capital para os próximos cinco anos.

A Petrobras procurará contratar bancos para uma possível venda de pelo menos R$ 1 bilhão (US$ 423 milhões) de títulos isentos de impostos no mercado local, conforme duas fontes do setor que solicitaram o anonimato porque não estão autorizadas a falar em público. A empresa está esperando uma decisão presidencial que tornaria os projetos de petróleo e gás elegíveis para um tratamento fiscal favorável como títulos de infraestrutura, disseram as fontes.

“Neste momento, a Petrobras está explorando todas as fontes de financiamento possíveis que puder obter”, disse de Sá da Crédit Agricole. “Ainda é a maior empresa no Brasil que está investindo somas significativas de dinheiro, e precisa arrecadar uma soma significativa de financiamento”.

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A decisão da Petróleo Brasileiro de contratar o Bank of China para ajudar a organizar a venda de US$ 8,5 bilhões em títulos da produtora estatal de petróleo está aumentando a probabilidade de que seus laços sejam muito mais profundos.

A oferta, a primeira na história em que uma empresa latino-americana é subscrita por um credor chinês, provavelmente tenha sido precedida de um empréstimo concedido pelo banco à empresa com sede no Rio de Janeiro, disseram Marco Aurélio de Sá da Crédit Agricole e Hsia Sheng, professor da Fundação Getúlio Vargas. O Bank of China, com sede em Pequim, e a Petrobras não quiseram comentar se um empréstimo foi outorgado.

A Petrobras está tentando desenvolver novas fontes de financiamento, pois seu esforço para financiar US$ 221 bilhões em gastos tem seu custo no mercado de títulos. A produtora de petróleo de capital aberto mais endividada do mundo pagou 3,5 pontos porcentuais a mais do que os títulos do Tesouro americano na porção de 10 anos da sua venda nesta semana. São 1,45 pontos porcentuais a mais do que o prêmio exigido pelos investidores à Petróleos Mexicanos quando a produtora estatal desse país vendeu títulos com vencimento similar em janeiro, mostram dados compilados pela Bloomberg.

“Eles precisam continuar investindo nos seus projetos, e o financiamento fácil a que eles recorriam tradicionalmente – Wall Street, Londres – já não é mais tão acessível”, disse de Sá, veterano com 20 anos de experiência nos mercados emergentes, que dirige as operações com renda fixa na unidade de corretagem da Crédit Agricole em Miami, em entrevista por telefone. “A Petrobras, com este endividamento excessivo, está assustando alguns dos fornecedores tradicionais de capital”.

Carga de dívida

A Petrobras, que possui US$ 113 bilhões em obrigações de dívida, emitiu notas nesta semana com vencimentos em entre três e trinta anos. A companhia vendeu US$ 2,5 bilhões das notas a 10 anos. A empresa emitiu US$ 11 bilhões em títulos em maio, um recorde para emissores de países em desenvolvimento, e US$ 5,1 bilhões em valores denominados em euros e libras esterlinas em 7 de janeiro, mostram dados compilados pela Bloomberg.


O Bank of China é o segundo maior banco segundo ativos operados na bolsa de Hong Kong, com um total de US$ 2,16 trilhões em ativos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“O Bank of China tem expandido suas transações com muitas empresas brasileiras, e faz sentido que eles abram seu balanço a empresas como a Petrobras”, disse Sheng, professor de Finanças Corporativas que trabalhou anteriormente no Grupo Votorantim e no Citigroup, em entrevista por telefone de São Paulo. “É um banco com uma base de distribuição enorme na China e em diferentes partes da Ásia, e um contato muito bom com investidores institucionais na região”.

‘Somas significativas’

A Petrobras também está recorrendo a fontes alternativas de financiamento, como o mercado local de debêntures, para financiar suas necessidades de gastos de capital para os próximos cinco anos.

A Petrobras procurará contratar bancos para uma possível venda de pelo menos R$ 1 bilhão (US$ 423 milhões) de títulos isentos de impostos no mercado local, conforme duas fontes do setor que solicitaram o anonimato porque não estão autorizadas a falar em público. A empresa está esperando uma decisão presidencial que tornaria os projetos de petróleo e gás elegíveis para um tratamento fiscal favorável como títulos de infraestrutura, disseram as fontes.

“Neste momento, a Petrobras está explorando todas as fontes de financiamento possíveis que puder obter”, disse de Sá da Crédit Agricole. “Ainda é a maior empresa no Brasil que está investindo somas significativas de dinheiro, e precisa arrecadar uma soma significativa de financiamento”.

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