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Investimento em ações da Petrobras envolve diversos riscos, diz corretora

Link inicia cobertura das ações da Petrobras com recomendação neutra

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O plano de investimentos anunciado para os próximos anos, somado às dúvidas quanto à viabilidade de exploração da camada pré-sal e quanto ao cenário econômico, fez com que a Link Investimentos iniciasse a cobertura da Petrobras com recomendação neutra.

O preço justo estabelecido para as ações ordinárias foi de 38,30 reais, enquanto o das preferenciais ficou em 31,60 reais ao fim de 2009. A corretora ressaltou, porém, que os valores sofrerão uma redução caso a estatal não atinja sua meta de produção prevista no plano estratégico.

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“Nos últimos anos, a Petrobras tem constantemente falhado em alcançar as metas de produção de petróleo no Brasil, sendo assim, nossas projeções já consideram um patamar de produção próximo a 93% da meta da empresa”, avaliou.

Plano de investimentos viável?

Conforme destacou a Link, o atual plano estabelecido pela Petrobras é 55% maior do que o plano previsto durante o período de 2008 a 2012, com investimentos médios anuais de 34,9 bilhões de dólares. Para os analistas, tais números devem exaurir o fluxo de caixa da companhia, trazendo a necessidade de novos financiamentos e maior alavancagem.

“A Petrobras se encontra atualmente em um cenário desfavorável para um programa de investimentos desta magnitude, uma vez que a cotação do petróleo apresenta-se altamente depreciada frente ao ano anterior, assim como o cenário de curto prazo”, diz a corretora.

Por outro lado, o plano coloca para a estatal uma meta “agressiva” de crescimento de produção de óleo bruto, gás e derivados, o que pode tornar os valores previstos mais viáveis.

Incertezas à vista

O aprofundamento da crise financeira internacional, que vem derrubando os preços do petróleo desde seu pico no meio de 2008, também foi colocado como fator de suma importância para as projeções referentes à Petrobras.

Segundo análise da Link, se o desaquecimento global se mantiver por longos anos, a demanda por óleo bruto ao redor do mundo continuará sendo pressionada, em especial nos EUA, líder entre os consumidores da commodity.

Tal pressão derrubaria ainda mais as cotações do barril, já que as estimativas dão conta que o consumo de petróleo caia 1,4% em 2009, voltando a crescer somente em 2010. Com a queda atual, uma conseqüente redução dos preços da gasolina e diesel no Brasil deve ser vista nos próximos meses, contraindo as margens deste ano.

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