Exame Logo

Intervenção na Parmalat gera tensão na empresa

A cruel piada que corria na manhã desta quinta-feira entre os funcionários que trabalham na sede da Parmalat, 331 ao todo, era que não só a data 11 de setembro ficará marcada em suas histórias, mas também o 11 de fevereiro. Os funcionários, que dão expediente no bairro paulistano da Vila Olímpia, referiam-se à notícia […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A cruel piada que corria na manhã desta quinta-feira entre os funcionários que trabalham na sede da Parmalat, 331 ao todo, era que não só a data 11 de setembro ficará marcada em suas histórias, mas também o 11 de fevereiro. Os funcionários, que dão expediente no bairro paulistano da Vila Olímpia, referiam-se à notícia do afastamento do presidente Ricardo Gonçalves, que dirigia a empresa há dois anos e três meses.

Muitos dos funcionários ficaram sabendo da destituição de Gonçalves pela televisão na noite de quarta-feira. Hoje pela manhã, o clima era de confusão total. Os diretores - que ainda não sabiam se haviam sido afastados de seus cargos ou não - montaram uma operação de guerra para acalmar os empregados da companhia.

Veja também

A primeira providência foi a realização de uma teleconferência com os gerentes e diretores das 15 unidades da empresa, entre fábricas e centros de distribuição, espalhados por nove estados brasileiros. Informamos apenas o que sabíamos, que era o afastamento do Ricardo, mas recomendamos que continuassem seguindo as mesmas regras até que fossem informados de mudanças , afirmou um executivo da empresa. Não podíamos deixar que a companhia se tornasse terra de ninguém.

Com o mesmo objetivo, outros dois executivos percorreram os 15 andares da sede paulistana da Parmalat. Durante a tarde, o clima na empresa já era aparentemente normal, segundo a reportagem do Portal EXAME pôde constatar. Um funcionário de recursos humanos, por exemplo, conversava com uma funcionária a respeito das refeições servidas numa das fábricas da empresa. Recentemente, os turnos da fábrica de Goiás foram alterados, pois o fornecimento de refeições havia sido cortado. Segundo um funcionário, a situação voltou ao normal após o pagamento do fornecedor.

Benefícios como assistência médica, por exemplo, permanecem em vigor. Outra grande dúvida dos empregados referia-se ao pagamento do próximo salário. De acordo com um funcionário da diretoria de recursos humanos, o adiantamento, que vencerá no próximo dia 15, foi depositado hoje por meio de mais de 6 000 DOCs.

No último vencimento, cerca de 1.100 funcionários receberam seus salários atrasados pelo fato de receberem pelo Banco do Brasil, que mantém as contas da Parmalat bloqueadas. A demissão de cerca de 70 pessoas, decidida por Gonçalves antes de sua destituição, foi cancelada. Todos aguardam a reunião dos seis interventores - três nomeados ontem e outros três que já acompanhavam a empresa há cerca de um mês - marcada para as 9 horas desta sexta-feira (13/2).

Na mesma situação estão os diretores da companhia. De acordo com o despacho do juiz que determinou a intervenção, todos foram afastados de seus cargos. Embora o oficial de Justiça tenha reiterado a determinação hoje pela manhã durante a visita na sede da empresa, os interventores pediram que eles permanecessem trabalhando normalmente ao longo do dia. Não sabemos de quase nada. Só nos pediram que continuássemos trabalhando , disse um dos executivos ao Portal EXAME.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame