Exame Logo

InBev compra Anheuser-Busch por US$ 50 bilhões

Segundo o Wall Street Journal, oconselho da Anheuser-Busch aceitou a proposta da cervejaria belgo-brasileira, que agora se torna a maior do mundo

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A belgo-brasileira InBev conseguiu comprar a rival americana Anheuser-Busch e torna-se a partir de agora a maior cervejaria do mundo. Segundo o jornal The Wall Street Journal, o conselho da Anheuser-Busch decidiu aceitar a proposta de 70 dólares por ação apresentada pela InBev na última sexta-feira, o que foi decisivo para reverter o clima de animosidade entre as duas companhias.
A Anheuser-Busch terá agora dois membros no conselho da nova empresa, que vai se chamar Anhseuser-Busch- InBev. Juntas as duas empresas terão em seu portfólio algumas das marcas de cerveja mais vendidas do mundo, como Budweiser, Bud Light, Stella Artois e Beck';s. Com um faturamento global de 36 bilhões de dólares, a Anhseuser-Busch InBev deixa para trás a atual líder mundial de cerveja, a SABMiller, que tem sede em Londres. Torna-se agora realidade o sonho dos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - os maiores acionistas individuais da InBev - de controlar a maior cervejaria do mundo.
O rápido desfecho do negócio acabou surpreendendo boa parte dos analistas. A primeira proposta da InBev, que no Brasil controla a AmBev, havia sido rejeitada pelo conselho da empresa americana. A oferta de 65 dólares por ação foi considerada muito baixa, apesar de incluir um prêmio de mais de 30% em relação à cotação do papel antes da apresentação da proposta.
Além disso, para a fusão, as empresas precisavam vencer a resistência do presidente da Anheuser-Busch, August Busch IV. Declaradamente contrário ao negócio, Busch IV é o sexto membro da família a dirgir a empresa fundada há 156 anos e tinha como objetivo manter seu poder.
A InBev chegou a tentar destituir Busch IV do cargo, assim como todo o conselho da empresa americana. Em represália, a Anheuser-Busch acionou a Justiça americana contra a InBev. Apesar da troca de farpas, Busch IV sabia que sua posição não era forte o suficiente para barrar o negócio. A família Busch menos de 5% das ações da empresa e precisava de apoio de mais acionistas para barrar o negócio. O aumento do valor da oferta parece ter tirado da ala opositora ao negócio.
Financiamento
Para concretizar a operação, a InBev levantará um empréstimos de mais de 40 bilhões de dólares com um conjunto de bancos. Parte dos negócios da Anheuser-Busch, como os parques temáticos Busch Gardens, devem ser vendidos. Além disso, não se sabe se a participação de 50% no grupo Modelo - a maior cervejaria do México - será mantida pelos novos donos da Anheuser Busch ou será revendida dentro dos esforços de abatimento da dívida.
Também não se sabe como a AmBev participará da operação. A InBev afirmou há algumas semanas que a empresas brasileira não seria utilizada para o pagamento negócio - o que permitiria que o ágio desembolsado pela Anheuser-Busch fosse futuramente abatido de impostos. O mercado, no entanto, não duvida que a AmBev faça futuramente uma emissão de ações que permita levantar caixa para reduzir a dívida da InBev e evitar que a empresa belgo-brasileira perca seu grau de investimento.
Para concretizar o negócio, a InBev também conseguiu vencer resistências nacionalistas dentro dos EUA. O site Save Anheuser-Busch ( www.saveab.com ) foi uma das formas de os americanos repudiarem a venda de sua maior cervejaria ao capital estrangeiros. O candidato democrata à presidência, Barack Obama, chegou a dizer que a venda da Anhseuser-Busch era uma "vergonha".
Uma das formas da InBev reduzir essas resistências foi fazendo promessas. A empresa belgo-brasileira se comprometeu a não fazer demissões nem tirar de St. Louis a sede da Anheuser-Busch.
Em troca de todas essas concessões, a InBev consegue a partir de agora se tornar um gigante com mais de 300 cervejas diferentes. Além da capacidade de comercializar bebida quase globalmente, valorizando as marcas, a empresa terá uma capacidade inédita de negociação com fornecedores de equipamentos e matérias-primas. As sinergias entre as duas empresas são estimadas por analistas em quase 1 bilhão de dólares quando ambas estiverem plenamente integradas.

Veja também

A belgo-brasileira InBev conseguiu comprar a rival americana Anheuser-Busch e torna-se a partir de agora a maior cervejaria do mundo. Segundo o jornal The Wall Street Journal, o conselho da Anheuser-Busch decidiu aceitar a proposta de 70 dólares por ação apresentada pela InBev na última sexta-feira, o que foi decisivo para reverter o clima de animosidade entre as duas companhias.
A Anheuser-Busch terá agora dois membros no conselho da nova empresa, que vai se chamar Anhseuser-Busch- InBev. Juntas as duas empresas terão em seu portfólio algumas das marcas de cerveja mais vendidas do mundo, como Budweiser, Bud Light, Stella Artois e Beck';s. Com um faturamento global de 36 bilhões de dólares, a Anhseuser-Busch InBev deixa para trás a atual líder mundial de cerveja, a SABMiller, que tem sede em Londres. Torna-se agora realidade o sonho dos empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - os maiores acionistas individuais da InBev - de controlar a maior cervejaria do mundo.
O rápido desfecho do negócio acabou surpreendendo boa parte dos analistas. A primeira proposta da InBev, que no Brasil controla a AmBev, havia sido rejeitada pelo conselho da empresa americana. A oferta de 65 dólares por ação foi considerada muito baixa, apesar de incluir um prêmio de mais de 30% em relação à cotação do papel antes da apresentação da proposta.
Além disso, para a fusão, as empresas precisavam vencer a resistência do presidente da Anheuser-Busch, August Busch IV. Declaradamente contrário ao negócio, Busch IV é o sexto membro da família a dirgir a empresa fundada há 156 anos e tinha como objetivo manter seu poder.
A InBev chegou a tentar destituir Busch IV do cargo, assim como todo o conselho da empresa americana. Em represália, a Anheuser-Busch acionou a Justiça americana contra a InBev. Apesar da troca de farpas, Busch IV sabia que sua posição não era forte o suficiente para barrar o negócio. A família Busch menos de 5% das ações da empresa e precisava de apoio de mais acionistas para barrar o negócio. O aumento do valor da oferta parece ter tirado da ala opositora ao negócio.
Financiamento
Para concretizar a operação, a InBev levantará um empréstimos de mais de 40 bilhões de dólares com um conjunto de bancos. Parte dos negócios da Anheuser-Busch, como os parques temáticos Busch Gardens, devem ser vendidos. Além disso, não se sabe se a participação de 50% no grupo Modelo - a maior cervejaria do México - será mantida pelos novos donos da Anheuser Busch ou será revendida dentro dos esforços de abatimento da dívida.
Também não se sabe como a AmBev participará da operação. A InBev afirmou há algumas semanas que a empresas brasileira não seria utilizada para o pagamento negócio - o que permitiria que o ágio desembolsado pela Anheuser-Busch fosse futuramente abatido de impostos. O mercado, no entanto, não duvida que a AmBev faça futuramente uma emissão de ações que permita levantar caixa para reduzir a dívida da InBev e evitar que a empresa belgo-brasileira perca seu grau de investimento.
Para concretizar o negócio, a InBev também conseguiu vencer resistências nacionalistas dentro dos EUA. O site Save Anheuser-Busch ( www.saveab.com ) foi uma das formas de os americanos repudiarem a venda de sua maior cervejaria ao capital estrangeiros. O candidato democrata à presidência, Barack Obama, chegou a dizer que a venda da Anhseuser-Busch era uma "vergonha".
Uma das formas da InBev reduzir essas resistências foi fazendo promessas. A empresa belgo-brasileira se comprometeu a não fazer demissões nem tirar de St. Louis a sede da Anheuser-Busch.
Em troca de todas essas concessões, a InBev consegue a partir de agora se tornar um gigante com mais de 300 cervejas diferentes. Além da capacidade de comercializar bebida quase globalmente, valorizando as marcas, a empresa terá uma capacidade inédita de negociação com fornecedores de equipamentos e matérias-primas. As sinergias entre as duas empresas são estimadas por analistas em quase 1 bilhão de dólares quando ambas estiverem plenamente integradas.
Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame