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Grupo Ahold quer vender redes Bompreço e G.Barbosa

São Paulo, 3 de abril (Portal EXAME) O grupo holandês Ahold anunciou nesta quinta-feira (3/4) que planeja colocar à venda suas operações na América do Sul. No Brasil, ela tem as redes de supermercado Bompreço e G. Barbosa que somaram vendas de cerca de 4 bilhões de reais em 2002 -, além da empresa de […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

São Paulo, 3 de abril (Portal EXAME) O grupo holandês Ahold anunciou nesta quinta-feira (3/4) que planeja colocar à venda suas operações na América do Sul. No Brasil, ela tem as redes de supermercado Bompreço e G. Barbosa que somaram vendas de cerca de 4 bilhões de reais em 2002 -, além da empresa de cartões de crédito HiperCard.

De acordo com o comunicado da empresa, o objetivo é concentrar suas atividades em mercados mais maduros e estáveis , além de obter capital para reduzir as dívidas. A venda das operações da Ahold no Brasil é um negócio estimado pelos especialistas entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões.

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O grupo holandês é investigado nos Estados Unidos pela SEC (Securities and Exchange Commission), que suspeita de prática de irregularidades para inflar o balanço da unidade americana e na subsidiária argentina da Ahold, a Disco. No mês passado, foi anunciado que essas irregularidades somariam mais de US$ 500 milhões.

Segundo o consultor Nelson Barrizzelli, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, a notícia da venda de ativos já era esperada: Para sanar suas dívidas, a expectativa era que o grupo se desfizesse de alguns negócios, preferencialmente os localizados em mercados emergentes. A escolha da América do Sul é natural .

Com relação aos possíveis compradores, Barrizelli diz que tudo depende da forma como o grupo holandês decidir vender os ativos: em bloco ou por país. Para Raymundo Almeida, diretor de relações institucionais da rede Bompreço, a venda por empresa não está descartada.

Se as ofertas tenderem a uma venda em bloco, afirma Barizelli, de todas as unidades da região, o Pão de Açúcar, que lidera o setor no Brasil, deve ficar fora da disputa. Nesse caso, ele acredita que os maiores interessados serão o grupo americano Wal-Mart, o maior do mundo, e o francês Carrefour.

O consultor de varejo Eugênio Foganholo discorda. Para ele, no caso da venda dos ativos por país, o Pão de Açúcar seria o principal potencial comprador no Brasil: O Carrefour está arrumando a casa internamente. Quanto ao Wal-Mart, não sei se crescer na região está entre as prioridades do grupo . Silenciosamente, neste ano, a empresa francesa fechou lojas e trocou o presidente no Brasil. Quem assumiu o cargo foi Eric Uzan, que cuidou dos negócios da rede francesa no México. Já o Wal-Mart tem adotado a estratégia de crescer no Brasil não por meio de aquisições, mas montando lojas próprias.

Os dois consultores concordam, porém, em um ponto: é pouco provável que uma rede internacional que ainda não esteja no Brasil se interesse pelo negócio. A economia na Europa não cresce e os Estados Unidos perigam entrar em recessão. O momento não é adequado para investimentos em regiões novas , diz Barrizzelli. A competitividade do setor no Brasil também afugenta novos concorrentes, diz Foganholo: Internacionalmente, se consolidou uma percepção de que não é fácil operar nesse setor no Brasil. As grandes redes, assim como os pequenos varejistas, são muito competentes .

No comunicado anunciado hoje, não são estabelecidos prazos para a venda das unidades sul-americanas. No Brasil, a rede Bompreço está presente em nove Estados do Nordeste, com 119 lojas. A rede G.Barbosa opera 32 lojas em Sergipe e na Bahia. A HiperCard é líder em cartões de crédito no Nordeste, com mais de 2 milhões de usuários.

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