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GM registra o maior prejuízo da sua história

Perda de 39 bilhões de dólares foi resultado de baixas em créditos tributários e de efeitos da crise das hipotecas sobre subsidiária financeira da companhia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Em meio a um intenso processo de reestruturação, a líder mundial em vendas no setor automotivo, a americana General Motors (GM), anunciou nesta quarta-feira (07/11) o maior prejuízo da sua história. A empresa divulgou em seu balanço trimestral uma perda no valor de 39 bilhões de dólares, como resultado de baixas no mesmo valor, em créditos tributários que a empresa não conseguirá usar em razão do fraco resultado operacional.

Entre agosto e outubro deste ano, a montadora registrou prejuízo operacional de 2,5 bilhões de dólares, mas o fracasso em obter lucro transformou-se no gatilho das perdas com créditos, uma vez que as regras de governança nos EUA determinam que esses créditos devem ser pagos no curto prazo quando se torna improvável que a previsão de ganhos futuros se concretize - ou seja, se as evidências indicam que a empresa será incapaz de gerar esse valor nos próximos períodos, ela perde a possibilidade de pagá-los adiante.

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Essa avaliação da incapacidade de atingir a previsão de lucro, por sua vez, foi conseqüência de perdas com uma subsidiária de crédito imobiliário, a ResCap afetada pelas perdas com a crise da hipotecas. A companhia é um braço da GMAC, empresa de serviços financeiros da qual a GM detém 49% das ações, e amargou um prejuízo de 2,3 bilhões de dólares, no terceiro trimestre, o que resultou numa queda sensível dos ganhos da General Motors com esse setor.

Também colaborou o desempenho decepcionante da montadora em sue principal negócio, a venda de automóveis. Segundo a GM afirmou em comunicado aos investidores, "pesaram como fator negativo as perdas cumulativas nos EUA, Canadá e Alemanha".

A empresa também classificou o cenário da indústria automotiva americana como "desafiador", o que pode reforçar as preocupações crescentes de analistas com o setor automotivo americano e com a possibilidade de a crise das hipotecas afetar o lado produtivo da economia.

As notícias só não foram piores para a GM porque os mercados emergentes colaboraram com uma expansão muito acima da registrada nos países desenvolvidos. As filiais da companhia em países como Brasil, Argentina e Egito obtiveram lucro recorde no trimstre, em contraste com a operação americana, que trouxe perdas de 247 milhões de dólares.

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