GM em Gravataí disputa US$ 210 mi com China e México

A fábrica da General Motors em Gravataí, na Grande Porto Alegre, poderá receber os 210 milhões de dólares destinados ao mais novo projeto da empresa para a produção de um novo veículo. Na manhã desta quinta-feira (3/4), o presidente da GM do Brasil, Walter Wieland, e o vice-presidente, José Carlos Pinheiro Neto, informaram ao governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que a bem sucedida experiência do complexo industrial de Gravataí, cuja produtividade figura entre as melhores da montadora no mundo, a coloca como a mais adequada fábrica para receber o investimento. A unidade gaúcha disputa o projeto do novo veículo com as duas fábricas do México e a da China.

A decisão final da montadora, que deve ser anunciada em 90 dias, dependerá, entre outras coisas, dos incentivos que o governo gaúcho oferecer à GM. Dependendo da contrapartida do Estado, será mais barato produzir na fábrica de Gravataí , diz Pinheiro Neto. O governador Rigotto prometeu fazer todo o possível para não perder o investimento que será feito até junho de 2005, quando deverá ser lançado o novo carro da montadora, provavelmente outro modelo popular como o Celta. Se o projeto vier para Gravataí, a capacidade da fábrica vai aumentar dos atuais 120 000 veículos por ano, para 200 000 e serão gerados 1 500 novos empregos.

A meta da GM é transformar Gravataí num pólo exportador da empresa, vendendo pelo menos metade da produção lá fora, especialmente para países asiáticos, latino-americanos e para o México. Uma novidade do novo projeto é que as exportações seriam feitas no sistema CKD, com partes do carro sendo enviadas para posterior montagem nos países importadores. Por isso, uma das reivindicações feitas ao governador é que sejam feitos investimentos para melhorar o porto da capital gaúcha, mais próximo da montadora que o de Rio Grande, utilizado atualmente para escoar o Celta.

A meta da GM do Brasil, se conquistar o novo projeto da montadora, é aumentar a participação das exportações de 25% para 30% no faturamento que, em 2002, foi de 10,5 bilhões de reais. Temos entre 90 e 120 dias para brigar pelo projeto e trazer o investimento para cá , diz Pinheiro Neto. Esse tipo de projeto aparece a cada 10 ou 20 anos no mundo e estamos tentando provar que a fábrica de Gravataí é a melhor candidata, por sua competitividade e "flexibilidade.