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GM conta com Brasil para se recuperar da crise

Montadora planeja continuar crescendo no país e manterá investimentos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Para sair da crise na qual se encontra, a General Motors vai atuar em duas frentes: ao mesmo tempo em que fará uma reestruturação em suas operações, promovendo um forte corte de custos, manterá os investimentos nos mercados onde há oportunidades de crescimento. "Não há como ter sucesso somente cortando custos. Para voltarmos a crescer, temos que continuar investindo", diz Jaime Ardila, presidente da General Motors do Brasil.

Assim como China e Rússia, o Brasil está entre os países nos quais a montadora vê chances de expansão. De acordo com Ardila, todos os investimentos previstos para o país serão mantidos e não há planos para demissões. Os contratos de 1633 temporários, que vencem em março, serão analisados caso a caso. "Vamos tomar nossas decisões de acordo com o mercado", afirma Ardila.

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Desde o começo do mês, a montadora mantém parte de seus funcionários em férias, incluindo os 1633 temporários. Em janeiro, a GM decidiu não renovar os contratos de 744 funcionários temporários, alegando a expectativa de queda nas vendas em 2009. Pelos seus cálculos, a redução será de cerca de 15% neste ano.

A diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) minimizou o impacto da crise sobre o setor, mas não evitou a retração nas vendas da GM. Neste ano, até a última quarta-feira (18/2), a montadora comercializou 62.635 unidades, 1% menos que no mesmo período do ano passado. As vendas totais da indústria, no entanto, cresceram 8,43% no período, totalizando 337.175 unidades ante 310.974 em 2008.

Plano de socorro

A GM está negociando com os Estados Unidos e a Europa uma saída para evitar a concordata. Ao governo americano, a companhia solicitou uma ajuda de 18 bilhões de dólares, já tendo recebido 13,4 bilhões de dólares. Os 4,6 bilhões de dólares restantes ainda estão em negociação, mas podem não ser suficientes para manter a montadora operando.

O plano de viabilidade apresentado pela GM ao governo americano destaca que, no pior cenário, haveria a necessidade de obtenção de mais 4,6 bilhões de dólares, totalizando 22,6 bilhões de dólares de ajuda. Este cenário contempla a possibilidade de que não sejam mais disponibilizadas linhas de crédito convencionais para a empresa. O estudo também prevê a demissão de 47.000 funcionários neste ano e o fechamento de cinco fábricas nos Estados Unidos até 2012.

As marcas do grupo seriam reduzidas de oito para quatro: Cadillac, Buick, Chevrolet e GMC. Aos poucos, a companhia pretende acabar com a Saturn, enquanto a Hummer e a Saab serão postas à venda. Esta última, segundo a GM, poderá ir à falência ainda neste mês caso o governo da Suécia recuse ajuda.

Fora do território americano, a montadora negocia com os governos de outros cinco países: Reino Unido, Alemanha, Suécia, Canadá e Tailândia. Na Europa, o objetivo da empresa é conseguir economizar 1,2 bilhão de dólares. Na Tailândia, a empresa informou que a expansão de duas de suas unidades de produção está suspensa indefinidamente, enquanto as operações na Índia foram classificadas como inviáveis.

Mesmo com a ajuda dos governos de diversos países, especialistas ouvidos pela agência France Presse ressaltam que, enquanto não houver uma recuperação das vendas, não há como afastar o risco de falência. Sem isso, negociar com parceiros, credores e fornecedores será muito difícil.

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