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Ganhando músculos

A pioneira Runner mantém a liderança, enquanto outras redes exploram novos nichos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

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    Criada em 1983 com a proposta de trazer ao Brasil a explosiva novidade da época, que era a ginástica aeróbica, a Runner soube aproveitar a pole position e tornou-se a maior rede de academias de ginástica da cidade. Hoje tem nove unidades -- incluindo o único clube-academia de São Paulo -- e quase 40 000 metros quadrados de área construída sob medida para aumentar o fôlego e desenvolver os músculos de seus 25 000 alunos. Embora a crise econômica tenha adiado a abertura do capital na bolsa de valores, prevista inicialmente para este ano, os planos de expansão continuam firmes e fortes. A rede inaugura sua décima unidade em janeiro de 2003, em Santo André, e a intenção é não parar por aí. "Estamos buscando novos acionistas para grandes empreendimentos em outras capitais do país e franqueados para as cidades menores", afirma Celso Lemos, presidente da Runner.

    É bom mesmo correr para manter a liderança. A Companhia Athletica, vice-campeã em número de alunos e em faturamento na capital, usou o impulso gerado na metrópole paulistana para se expandir no interior e em outros estados, tornando-se a primeira e única rede nacional. Estão em São Paulo suas quatro unidades de maior faturamento, com média de 3 000 alunos cada uma. "Nosso objetivo é ser a maior em academias classe A", diz Richard Bilton, sócio majoritário e gestor da Companhia Athletica. "Queremos estar nos melhores shoppings das melhores cidades do país e chegar a 20 unidades e 50 000 alunos em 2010."

    Nas duas últimas décadas, a atividade física em grupo e em ambientes high tech vem se tornando cada vez mais popular em São Paulo. Do ponto de vista dos negócios, no entanto, ainda é um mercado imaturo, pulverizado, em grande parte informal -- e com ótimas oportunidades. Hoje, apenas 1,6% dos brasileiros, ou 2,8 milhões de pessoas, freqüentam uma academia. Até 2007, o número de alunos deve dobrar. "Nosso público tradicional é o adolescente e o adulto jovem", diz Carlos Heitor Bergallo, presidente da Associação Brasileira de Academias (Acad). "O grande potencial de crescimento está entre as pessoas acima de 35 anos e as crianças."

    Mesmo com a instabilidade da economia, as seis maiores academias de São Paulo planejam inaugurar sete unidades de grande porte no ano que vem, quatro delas na capital. "As tendências do setor são a concentração, a qualificação do serviço, a profissionalização administrativa e a segmentação do público", afirma Bergallo. "As grandes academias ainda não correspondem a 1% do mercado", diz Luis Amoroso, sócio-consultor da Fit Biz, empresa de soluções para empresários de fitness. Mesmo nos Estados Unidos, onde 13% da população freqüenta academia (o índice chega a 22% em regiões como o Vale do Silício), 85% dos gyms são pequenas empresas familiares. Mas na terra de Jane Fonda já existem redes com centenas de unidades e mais de 100 milhões de dólares de faturamento anual.

    Para os 750 000 paulistanos que constroem músculos e preservam a saúde entre aparelhos eletrônicos e dezenas de modalidades diferentes de ginástica, o segmento mais desenvolvido entre as academias é o premium. A Reebok Sports Club, a Fórmula e a Companhia Athletica podem ser comparadas às melhores e mais modernas academias do mundo. "Temos 52 manobristas, estacionamento para 1 000 carros e tudo o que o público de elite deseja por um preço honesto", afirma Otávio Marfará, diretor da Reebok Sports Club. Ele comanda a construção de mais uma megaacademia cinco-estrelas em São Paulo, o que levará a cidade à condição de única no mundo a contar com duas filiais. Rede internacional e exclusivíssima, a Reebok opera também em Nova York, Madri e Bolonha. Deve inaugurar em breve unidades em Londres e Moscou.

    O empresário Edgard Corona, que há apenas cinco anos entrou no grupo dos grandes do ramo, acredita que os endinheirados paulistanos já contam com bastantes opções na hora de malhar. Decidiu fazer com que sua marca, a Bio Ritmo, atendesse também a classe B e acabou montando a rede mais eclética e a que mais cresce na cidade. A Bio Ritmo da avenida Paulista atende os executivos da região e cobra 185 reais de mensalidade. Já no Shopping Continental o preço é 100 reais. A rede também investe no corporate fitness, as academias de empresas -- uma de suas unidades fica na sede da Editora Abril, que publica EXAME SP. Ainda em setembro vai inaugurar uma unidade no Shopping Interlagos e, em outubro, a primeira grande academia do centro histórico da cidade, na rua 15 de Novembro. Mas não é só nos endereços e na tabela de preços que a Bio Ritmo quer inovar. "O ser humano faz ginástica por necessidade, não por prazer", diz Corona. Para tornar o ambiente mais divertido, o empresário vai colocar pebolim, cibercafé e jogos eletrônicos nas academias. "Nosso concorrente não é a Runner. É o boteco e a Blockbuster", diz Corona.

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