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Empresas com responsabilidade social valorizam 30% mais na bolsa

O que diferencia uma empresa socialmente responsável aquela que observa regras básicas de boa conduta como não explorar o trabalho infantil, não poluir o meio ambiente, respeitar o consumidor e os acionistas daquela que não tem muita preocupação com a ética? Além, é claro, de uma melhor imagem junto ao público, as empresas que cultuam […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O que diferencia uma empresa socialmente responsável aquela que observa regras básicas de boa conduta como não explorar o trabalho infantil, não poluir o meio ambiente, respeitar o consumidor e os acionistas daquela que não tem muita preocupação com a ética? Além, é claro, de uma melhor imagem junto ao público, as empresas que cultuam valores éticos têm também um outro ponto fundamental a seu favor: uma maior valorização no preço de suas ações.

Um levantamento feito em abril deste ano pela consultoria italiana Value Partners nas bolsas de valores da Europa e Estados Unidos revela que as empresas com certificado de responsabilidade social tiveram, nos últimos anos, uma valorização, em média, 30% maior do que as que não possuem essa certificação. As empresas listadas no índice Dow Jones de sustentabilidade, por exemplo, tiveram uma valorização de 44%, entre dezembro de 1993 e fevereiro deste ano. Já as que estão fora dessa lista, tiveram valorização média de 21%. Os investidores têm maior interesse em comprar ações de empresas que têm uma boa imagem junto à população , diz Paulo Guidelli, diretor do escritório brasileiro da Value Partners.

Uma pesquisa feita pela empresa em dezembro do ano passado, junto a investidores europeus, comprova a retórica: 64% dos investidores considerou importante para a empresa ter a imagem vinculada à responsabilidade social. Além disso, 60% afirmaram que tendem a comprar bens produzidos por empresas responsáveis.

O mercado financeiro é um dos melhores termômetros para aferir esse maior interesse por empresas comprometidas com a ética. Nos Estados Unidos, os fundos socialmente responsáveis formados por ações de empresas com certificados de responsabilidade social chegam a 13% do total do patrimônio gerido no mercado e cresceram 50% entre 1995 e 2002. Na Europa, esses investimentos chegam a 15,4 bilhões de euros. Na Inglaterra, por exemplo, os principais fundos de pensão têm que oferecer pelo menos uma aplicação em empresas responsáveis.

Para ter um certificado de responsabilidade social as empresas têm que desenvolver ações que sejam consideradas de acordo com as exigências do mercado como programas ambientais e sociais e boa governança corporativa. Essas ações são acompanhadas por especialistas contratados pelas bolsas de valores para terem a certeza de que o compromisso está sendo cumprido.

No Brasil, ainda não existe certificação para a empresa socialmente responsável. Mas a Bovespa criou os índices de boa governança corporativa. As empresas dispostas a fornecerem mais informações a seus acionistas podem pleitear a participar do que se convencionou a chamar de novo mercado. As empresas que se dispõe a ter uma balanço mais transparente e aumentar a participação dos acionistas minoritários em seus conselhos, podem entrar nesse novo mercado , diz Luiz Leonardo Cantidiano, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Quanto mais transparente e mais ética for a empresa, mais atração ela irá exercer sobre os investidores .

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