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Demissões, férias coletivas e ameaça de greve marcam dia nas montadoras

São Paulo, 22 de julho (Portal EXAME) Mais uma montadora manifestou seu descontentamento com os negócios no Brasil. Louis Schweitzer, presidente da Renault, disse no jornal econômico francês "La Tribune" que seu grupo "perde muito dinheiro no Brasil". Segundo divulgou a agência Reuters, o executivo não vê "nenhuma saída no momento" para a crise no […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

São Paulo, 22 de julho (Portal EXAME) Mais uma montadora manifestou seu descontentamento com os negócios no Brasil. Louis Schweitzer, presidente da Renault, disse no jornal econômico francês "La Tribune" que seu grupo "perde muito dinheiro no Brasil". Segundo divulgou a agência Reuters, o executivo não vê "nenhuma saída no momento" para a crise no setor automotivo brasileiro. No mês passado, a montadora abandonou um projeto que seria produzido na unidade de São José dos Pinhais (PR).

Na Alemanha, o Deutsche Bank anunciou não ter interesse em participar do plano de reestruturação da Fiat, alegando estar revendo suas participações no setor industrial. A Fiat divulgou em junho a intenção de fechar 12 fábricas e vender 2 bilhões de dólares em ativos. A unidade brasileira da empresa, em Betim (MG), ficou fora dos cortes previstos pela matriz, mas não consegue se desvencilhar da crise no mercado interno brasileiro. A Fiat do Brasil quer reduzir a produção mensal de julho em 25%. A montadora em Minas Gerais anunciou nesta semana uma nova rodada de férias coletivas. Mil funcionários vão ficar fora da fábrica até próximo dia 30. Em junho também houve férias coletivas de 10 dias para 500 dos 8 100 funcionários. O descanso coletivo no momento suspende as operações em unidades da Volkswagem, Ford e Renault em São Paulo e Paraná.

A tensão entre os empregados foi a tônica do dia no setor automotivo brasileiro. Em São José dos Campos (SP), o Sindicado dos Metalúrgicos, filiado a Central Única dos Trabalhadores (CUT), anunciou a demissão de 500 operários na unidade local da General Motors (GM), onde trabalham cerca de 8 500 pessoas. A estimativa é que ao final da noite seriam 600 os demitidos número de empregados excedentes divulgado pela montadora na semana passada. As negociações para evitar a dispensa começaram após o anúncio de reabertura do Plano de Demissão Voluntária (PDV), que não recebeu adesões. A GM chegou a sugerir a troca do PDV pela suspensão temporária do contrato de trabalho (lay-off), segundo o sindicato, para viabilizar uma redução nos salários, mas as negociações não avançaram porque não havia garantia de estabilidade.

Na região do Grande ABC, a movimentação ficou por conta dos funcionários da Volkswagen. Cerca de 12 000 operários fizeram uma assembléia para avaliar o anúncio do plano de reestruturação anunciado na véspera pela montadora. A decisão foi entrar em estado de alerta contra qualquer medida que afete a unidade da Anchieta. Parte do excedente de que quase 4 000 funcionários que a Volks precisa remanejar estão na unidade, mas o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, também filiado a CUT, entende que o acordo de estabilidade válido até 2006 impede demissões ou mesmo transferências de funcionários. O sindicato não acredita que a direção da VW tenha a intenção de quebrar o acordo, mas o estado de alerta anunciado hoje inclui um amplo leque de ações da passeata à ocupação da fábrica, passando pela greve.

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