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CSN prevê novos aumentos de preço de produtos siderúrgicos

A alta irá corrigir a defasagem entre os preços no Brasil e os do mercado internacional e melhorará a margem de lucro da empresa. Em 2003, a CSN lucrou R$ 1 bilhão

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Os preços dos produtos siderúrgicos vão continuar subindo, apesar dos apelos da indústria automotiva, que reclama o aumento de 75% nas despesas com aço nos últimos dois anos. A perspectiva foi traçada pela direção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) durante a divulgação dos resultados de 2003 nesta quarta-feira (10/3). Segundo o diretor-executivo comercial, Vasco Dias, há uma defasagem entre o que é cobrado no Brasil e no mercado internacional que precisa ser corrigida.

Dias explicou que o aumento da demanda por aço no mundo, ocasionado especialmente pelo crescimento acelerado da economia chinesa, provocou o aumento dos preços. O mundo não estava preparado para responder ao crescimento de 8% (do Produto Interno Bruto) da China, além da expansão nos Estados Unidos e no Japão, afirma o diretor executivo de Investimentos e Relações com Investidores, Lauro Rezende.

Para o diretor-executivo, a reclamação conjunta das montadoras - que junto ao setor de autopeças, responde por 20% das vendas da CSN - é antiga e não pode ser considerada excepcional. Para Dias, o setor reconhece que o produto brasileiro é competitivo em relação ao importado.

Para aumentar os preços, a CSN também busca criar produtos novos e de maior valor agregado - como o aço pré-pintado. Para aumentar a margem de lucro, a questão também é criar produtos novos e diferenciados, diz o diretor-presidente da CSN e presidente do Conselho de Administração, Benjamin Steinbruch.

Steinbruch afirma que o projeto de expansão da produção de minério de ferro na Casa de Pedra, mineradora no município de Congonhas (MG), tem como objetivo criar uma nova oportunidade de geração de valor para o acionista, tendo em vista que o produto possui margens de lucro superiores à dos produtos siderúrgicos. O investimento, que totaliza 850 milhões de dólares, irá aumentar a produção do minério para 40 milhões de toneladas por ano até junho de 2006. Desse total, 30 milhões serão destinados à exportação, o que exigirá reformas no porto de Sepetiba, entre outros investimentos já previstos no projeto.

Sobre os resultados de 2003, Steinbruch destacou como conquista da companhia o alongamento do prazo médio do endividamento - que saiu do curto prazo em 2002 (menos de um ano) para 5,5 anos, em 2003. Aproveitamos uma janela (oportunidade junto a instituições financeiras) que o Brasil teve e conseguimos dar uma virada e tanto no perfil da dívida, afirmou o diretor-presidente da CSN.

Segundo o diretor-presidente, a companhia está preparada para lançar uma captação com prazo de 15 anos assim que uma nova janela surgir, o que se espera que ocorra neste mês ou no próximo. Em seguida, a CSN deve buscar captações de 20 anos.

A companhia encerrou 2003 com um lucro líquido de 1 bilhão de reais, o que representa um acréscimo de 1,2 bilhão de reais no resultado de 2002, quando a empresa registrou prejuízo de 195 milhões. O Ebitda (lucro bruto antes de despesas com vendas, juros, depreciação e amortização) foi de 3 bilhões de reais (32% superior ao de 2002), com margem de 43%.

Em 2003, a produção de aço bruto totalizou 5,3 milhões de toneladas, 4% maior que a produção do ano anterior. O crescimento foi conseqüência da melhor performance operacional de equipamentos mais modernos e de aumento de produtividade em usinas como a Presidente Vargas, em Volta Redonda, onde a produtividade média cresceu 7% (946 toneladas de aço/operário ao ano).

O volume de vendas de laminados e placas alcançou 5 milhões de toneladas no ano passado, sendo que 61% do total foi vendido no mercado interno. Os maiores importadores foram o mercado asiático (60% das exportações), seguido do mercado europeu. As vendas para a América do Norte corresponderam a apenas 6% das exportações, em virtude das barreiras impostas pelas medidas antidumping e compensatórias e pela seção 201 (medida de salvaguarda que impôs tarifas e/ou quotas aos produtos siderúrgicos importados).

Para 2003, a CSN projeta crescimento do mercado interno, baseada no crescimento estimado do PIB de 3%. Se as projeções se confirmarem, as vendas deverão se dividir em cerca de 65% para mercado interno e 35% de exportações, com um aumento no volume de 10% Para 2003, a CSN projeta crescimento do mercado interno, baseada no crescimento estimado do PIB de 3%. Se as projeções se confirmarem, as vendas deverão se dividir em cerca de 65% para mercado interno e 35% de exportações, com cerca de 10% de aumento no volume.

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