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Corretoras traçam futuro promissor para frigoríficos na bolsa

Ganhos projetados para os papéis chegam até 90% neste ano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Após as pesadas perdas impostas aos investidores no ano passado, os frigoríficos de carne bovina entram em 2008 com o desafio de provar sua atratividade. Várias corretoras apontam perspectivas de forte valorização desses papéis até dezembro, mas a concretização dessas estimativas dependerá da habilidade das empresas de superarem grandes problemas, como a alta dos preços das matérias-primas e as crescentes restrições às exportações brasileiras.

A corretora do Itaú, por exemplo, projeta um preço-alvo de 27 reais para os papéis da Marfrig até dezembro. A cifra equivale a uma disparada de quase 77% sobre o fechamento desta quinta-feira (10/1), e de 59% sobre o preço de distribuição das ações na oferta pública. A Link Corretora estima uma cotação de 23 reais para o mesmo papel - uma alta de 58% sobre o IPO. Para o Minerva, o preço-alvo da Link é 20 reais, um incremento de 90% sobre a quinta-feira. Para a JBS Friboi, o alvo é 9 reais, ou quase 30% acima do dia 10 de janeiro.

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Na base das projeções, está a expectativa de que o setor será hábil para driblar as dificuldades. Uma primeira iniciativa bem-vista pelos analistas é a internacionalização das companhias, que permite às empresas driblarem eventuais restrições sanitárias impostas ao Brasil por seus principais compradores, como a União Européia e a Rússia.

Mesmo assim, a avaliação dos ativos adquiridos pelos brasileiros no exterior deve ser feita com cuidado. A compra da americana Swift pela JBS Friboi, em meados do ano passado, por exemplo, ainda é vista com ceticismo pelo mercado e ajudou a empurrar para baixo a cotação de seus papéis. Parte do mercado avalia que esta foi uma medida bastante agressiva do Friboi, que elevou seu endividamento e comprometeu as margens - a margem Ebitda da Swift, por exemplo, caiu de 3% para menos de 1% nos últimos quatro anos.

Outra atitude observada de perto pelos analistas é a diversificação das companhias. O Bertin, por exemplo, entrou no mercado de lácteos com a compra da Vigor, em um lance semelhante ao da Perdigão, que adquiriu a Batavo e a Eleva. Outras companhias, como o Marfrig e o Minerva apostam na sofisticação de sua linha de produtos, investindo mais em produtos processados, que oferecem melhores margens de lucro.

Divisor de águas

Embora a tendência de alta dos papéis seja a aposta das corretoras neste momento, os especialistas afirmam que o melhor é aguardar até que os números do quarto trimestre sejam divulgados - o que deve ocorrer até março. Eles mostrarão quanto o aumento do preço do boi comprometeu - ou não - o desempenho dos frigoríficos.

Outro ponto que ditará o rumo efetivo dos papéis é a definição da queda-de-braço entre o governo brasileiro e a União Européia em torno das restrições à importação. Por isso, pelo menos por enquanto, investir nas ações do setor ainda é arriscado.

O analista da Link, Rafael Cintra, observa que as projeções são baseadas em um modelo matemático. Na prática, a percepção dos investidores e as notícias que surgirem podem levar os papéis para outro lado. "Nem sempre os investidores se baseiam em critérios puramente técnicos. Por isso, o melhor para quem não comprou esses papéis ainda é esperar um pouco mais", diz.

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