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Consórcio asiático quer investir quase US$ 2 bi no Brasil

Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração deve ajudar o Japão na obtenção de minerais raros para a indústria de tecnologia

Fábrica da Nippon Steel: Japão e Coreia do Sul querem diminuir dependência da China (Jiji Press/AFP)

Fábrica da Nippon Steel: Japão e Coreia do Sul querem diminuir dependência da China (Jiji Press/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 11h53.

Tóquio - Um consórcio de empresas japonesas e sul-coreanas planeja investir 1,95 bilhão de dólares em uma empresa brasileira de terras raras, para reduzir sua dependência da China.

Empresas japonesas como Nippon Steel, JFE Steel, a corretora da Bolsa Sojitz e a estatal de Petróleo, Gás e Metais do Japão estão em negociações com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), assim como as sul-coreanas Posco e National Pension Service (NPS).

A CBMM extrai e produz nióbio, um metal raro, fundamental para a produção de aço de altíssima qualidade, utilizado na construção de automóveis e outros produtos.

O Japão busca diversificar as fontes de abastecimento de minerais raros para sua indústria de tecnologia ultramoderna, que vai da produção de peças para computadores até carros híbridos.

As empresas japonesas compartilharão 10% das ações da companhia brasileira, enquanto Posco e NPS dividirão 5%, o que corresponde ao valor de 650 milhões de dólares, informou a Posco em um comunicado.

O contrato deve ser assinado na sexta-feira, segundo o texto, que informa que a CBMM controla 82% do mercado mundial de nióbio.

"Este acordo propocionará à Posco um abastecimento estável de recursos de minerais raros, que são necessários para a construção de produtos de aço de alta qualidade", destacou a empresa.


A emissora estatal de rádio e televisão japonesa NKL informou que o grupo de empresas japonesas fechou um acordo para comprar 10% da CBMM por US$ 1,3 bilhão.

A Agência Japonesa de Recursos Naturais e Energia destacou que mais de 90% do nióbio é extraído e produzido no Brasil.

"Esperamos que a demanda de nióbio aumente na China e Índia, e que outras companhias emergentes se tornem mais poderosas (tecnologicamente) para produzir mais aço de alta qualidade", afirmou uma fonte da agência, que pediu o anonimato.

"O Japão importa 90% de seu nióbio do Brasil, mas através dos mercados. O Japão precisa garantir um abastecimento estável, com a diversificação das importações de terras raras", completou.

Fontes da indústria japonesa afirmaram que a China suspendeu temporariamente no ano passado suas exportações durante uma divergência territorial entre os dois países, as maiores economias da Ásia.

Durante a crise diplomática, Tóquio acusou Pequim de ter decretado, em represália, um embargo às exportações de terras raras para o Japão.

A China está armazenando atualmente reservas estratégicas de metais de terras raras, enquanto os governos do Japão e da Coreia do Sul garantem ter acumulado algumas reservas. Analistas dos Estados Unidos já pediram a adoção de iniciativas similares no país.

O Japão informou em fevereiro que pretendia reduzir em um terço a dependência das importações chinesas de minerais raros.

As ações da companhia siderúrgica japonesa Nippon Steel fecharam em alta de 0,34% nesta quinta-feira na Bolsa de Tóquio.

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