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Concessão de Lula ao Paraguai é negativa para a Eletrobrás

Com decisão do governo, companhia pode ter de aumentar gastos com compensações

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de permitir ao Paraguai vender o excedente de energia de Itaipu diretamente para o Brasil - informada nesta quarta-feira por jornais brasileiros - pode gerar efeitos negativos para a Eletrobrás. Hoje o Paraguai consome apenas 5% da energia produzida pela usina e vende o excedente de sua cota à empresa pelo preço fixo de 45 dólares por MWh. Para que a transação seja realizada, será necessário alterar pelo menos duas leis - a 5.899, de 1973, e a 10.438, de 2002, que definem a companhia como responsável pela comercialização de todos os "serviços de eletricidade" de Itaipu.

Para a corretora Ativa, as mudanças seriam negativas para a Eletrobrás no curto prazo. "A princípio isso elevaria a carga de compensações para o Paraguai, sem contar com a elevação da percepção de risco associado a ingerência política relaciona a estatal", avalia o analista Ricardo Corrêa. "No entanto, não há efeito de curto prazo para o setor, a princípio nada muda e, em nossa visão, a decisão definitiva entra na fila da questões pendentes para o próximo governo." Às 12h32, as ações ordinárias da Eletrobrás (ELET3, com direito a voto) caíam 0,65%, negociadas a 28,95 reais. No mesmo instante o Ibovespa registrava alta de 0,16%, aos 53.316 pontos.

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No médio prazo, a Ativa acredita que a participação do Paraguai no mercado brasileiro pode ainda provocar uma elevação superior a 50% na quantidade de energia contratável no mercado livre - o que levaria a uma pressão nos preços, algo negativo para as geradoras. Como não haverá demanda suficiente para a quantidade de energia produzida, a tendência é os preços voltem aos patamares atuais.

Segundo a Ativa, essa pressão negativa de preços no mercado livre é "potencialmente negativo para geradoras, em especial Tractebel, Cemig, AES Tietê, CESP, CPFL, etc".

"Em momento posterior a entrada do Paraguai como agente livre, a tendência seria a necessidade de entrega desta energia descontratada no mercado regulado, na medida em que, em tese, não haveria demanda para toda a energia descontrata. Sendo assim, há uma tendência de convergência dos preços do mercado livre e regulado, como resultado da entrada do Paraguai no ambiente de contratação livre, sem necessariamente fazer pressão nos preços médios", completa a corretora.

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