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Combate ao contrabando no Brasil ainda é tímido

O combate ao contrabando no Brasil ainda é tímido diante do tamanho do problema. Os especialistas discordam mesmo em aspectos básicos, como, por exemplo, a real relevância dos pequenos contrabandistas, os sacoleiros. Precisamos de uma política mais seletiva de combate. Cerca de 70% das ações penais vão em cima dos sacoleiros, que não são o […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O combate ao contrabando no Brasil ainda é tímido diante do tamanho do problema. Os especialistas discordam mesmo em aspectos básicos, como, por exemplo, a real relevância dos pequenos contrabandistas, os sacoleiros.

Precisamos de uma política mais seletiva de combate. Cerca de 70% das ações penais vão em cima dos sacoleiros, que não são o problema mais sério , afirma Eitel Pereira, subprocurador-geral da República. Clecy Lionço, a secretária-adjunta de aduana da Receita Federal, tem opinião diferente. O trabalho de formiguinha não é desprezível. Sacoleiros, barquinhos e aviõezinhos conseguem juntar cargas bastante significativas , diz ela.

Apesar dessas discordâncias, é fato que o combate a esse tipo de ilegalidade se intensificou nos últimos anos. Confira os números:

  • O valor das multas aplicadas nas zonas primárias (ou seja, os locais em que a mercadoria chega ao País, como os portos) cresceu 102% entre 2000 e 2001, para 303,3 milhões de reais;
  • O valor das multas aplicadas a mercadorias já dentro do País (ou seja, pós-despacho de importação) cresceu 51% entre 2000 e 2001, para

    2,1 bilhões de reais.
  • Apesar dos valores aparentemente altos, a Receita tende a dedicar mais esforços para fechar outros escoadouros de arrecadação, como a sonegação tradicional, feita por empresas brasileiras. O motivo?

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  • Os impostos cobrados na importação de mercadorias renderam 13,8 bilhões de reais em 2001 e 13,3 bilhões em 2000, valores que correspondem a apenas 7% da arrecadação administrada pela Receita Federal.
  • De qualquer forma, a Receita levantou as principais tentativas de fraude tentadas pelos contrabandistas. São elas:

  • 1) uso de empresas fantasmas,
  • 2) falsificação de produtos (contrafação),
  • 3) falsa declaração de conteúdo, e
  • 4) uso de documentos falsos.
  • Para combater os dois primeiros tipos de fraudes, a Alfândega do Porto de Santos lançou no ano passado duas operações. Confira os resultados:

    Apreensões no Porto de Santos, desde 2001, no período de um ano (OPERAÇÃO CAÇA-FANTASMAS):

  • 49.550 receptores de sinal via satélite,
  • 25.024 rádio-relógios,
  • 12.931 aparelhos de som (microsystem),
  • 3.505 CD players para carro,
  • 840 caixas acústicas,
  • 11.852 videogames,
  • 17.240 motores elétricos,
  • 38.970 conjuntos de lâmpadas de natal,
  • 5.994 lâmpadas halógenas,
  • 5.450 fitas de vídeo,
  • 839 aparelhos para depilação,
  • 440 gabinetes para computadores,
  • 300 alarmes contra roubo
  • e

  • 32 máquinas de diversão eletrônica com uso de fichas.
  • OPERAÇÃO CAÇA-PIRATAS

  • 5.808 aparelhos de televisão de 5,5 polegadas,
  • 134.896 fones de ouvido,
  • 39.995 jogos eletrônicos portáteis, 13.250 cartuchos para videogame,
  • 2,5 milhões de pilhas e baterias,
  • 113.278 lâmpadas eletrônicas,
  • 75 mil relógios,
  • e

  • 240.762 acessórios para redes de computadores de grande porte.
  • E mais. Por uso de documentos falsos, foram apreendidos:

  • 1.110 impressoras jato de tinta,
  • 3.500 unidades de leitura para computador (CD-R/RW),
  • 298 mouses,
  • e

  • 154 telefones celulares
  • Por falsa declaração de conteúdo, foram apreendidos 1.558 aparelhos de som.

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