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Catarinense Reason ganha espaço no mercado de multinacionais como Siemens e GE

O racionamento de energia de 2001 tirou o país da tomada e jogou o Brasil numa das piores crises dos últimos anos. Mas também representou uma oportunidade para empresas como a Reason Tecnologias, de Florianópolis, que tinha nas mãos o produto certo na hora certa. O principal equipamento desenvolvido pela Reason chama-se oscilógrafo, um aparelho […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O racionamento de energia de 2001 tirou o país da tomada e jogou o Brasil numa das piores crises dos últimos anos. Mas também representou uma oportunidade para empresas como a Reason Tecnologias, de Florianópolis, que tinha nas mãos o produto certo na hora certa. O principal equipamento desenvolvido pela Reason chama-se oscilógrafo, um aparelho capaz de monitorar problemas que podem ocorrer na rede, tal como a queima de um transformador ou a interrupção em uma linha de transmissão companhias como Eletrosul, Chesf ou Cemig, clientes da empresa catarinense, estão sujeitas a esse tipo de acidente, que põe em risco o fornecimento de eletricidade. O oscilógrafo é como uma caixa preta da rede elétrica, que registra tudo que acontece o tempo todo , diz Guilherme Bernard, presidente da empresa.

Em outras palavras, esse tipo de equipamento ajuda as empresas de energia a prevenir os acidentes ou a descobrir mais rápido o que há de errado quando os problemas ocorrem, economizando o tempo gasto com o reparo. Se há energia de sobra, isso não é tão importante. Mas passou a ser fundamental no Brasil a partir do racionamento. Se há pouca oferta de energia, qualquer acidente pode derrubar uma rede inteira, principalmente num país como o Brasil, no qual todo o sistema elétrico é interligado , diz Bernard.

Em 2000, quando começou a ficar claro que o país corria o risco de ficar literalmente as escuras, o Banco Fator vislumbrou o potencial da Reason. Por meio de um aporte de capital, de valor não divulgado, o Fundo de Investimento em Empresas Emergentes de Santa Catarina, administrado pelo banco, ficou com 30% da empresa. Desde então, a Reason vem crescendo 100% ao ano. A Reason tem potencial de crescimento porque conta com boa tecnologia e o seu principal concorrente no Brasil é a Siemens, em desvantagem por ter custos dolarizados , diz Ana Lúcia Petraglia, gestora de private equity do Banco Fator. Além disso, a rentabilidade da empresa é excelente.

No ano passado, a Reason faturou 6,3 milhões de reais, para um lucro líquido de 2,5 milhões de reais. Anualmente, 15% do faturamento bruto é reinvestido em pesquisa, área que absorve pelo menos a metade dos 50 funcionários da companhia. No momento, a empresa finaliza a entrega de um projeto de 5 milhões de reais para a Furnas Centrais Elétricas. Antes do uso dos oscilógrafos, as análises de ocorrências eram baseadas apenas em anotações e descrições feitas pelos operadores das subestações , diz Ana Cátia dos Anjos, do departamento de operação da Centrais Elétricas de Santa Catarina, Celesc. Hoje pode-se ver com detalhes o que ocorre no momento do defeito.

A Reason foi fundada em 1991, quando Bernard, hoje com 39 anos, e outros dois sócios deixaram seus empregos na Fundação Certi, instituição de pesquisa ligada à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para abrir seu próprio negócio. No começo, o foco era a automação industrial para o setor automobilístico Em 1995, a empresa decidiu mudar o alvo e mirar no mercado de equipamentos para o setor elétrico. Víamos que o setor estava defasado no Brasil e precisaria investir em tecnologia , diz Bernard.

O próximo passo da empresa é chegar ao mercado internacional. A Reason estuda propostas para produzir equipamentos com a marca de algumas das empresas internacionais que hoje são suas concorrentes além da Siemens, disputam esse mercado companhias como ABB e General Eletric. Ficaríamos com o desenvolvimento e a produção, enquanto esses parceiros concentrariam o marketing e a distribuição lá fora , diz Bernard.

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