BRA demite funcionários e pára de voar
A empresa aérea só deve retomar as operações após inciar processo de recuperação judicial
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A BRA, companhia aérea do polêmico empresário Humberto Folegatti, vai parar de operar à meia-noite. A empresa anunciou durante esta terça-feira a demissão de praticamente todos seus 1 100 funcionários e só volta a voar depois de estruturar um processo de recuperação judicial.
A situação empresa, que há meses sofre com uma briga entre Folegatti e sócios-investidores como o banco americano Goldman Sachs e o fundo Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, se deteriorou profundamente nas últimas semanas.
O primeiro sintoma foi a suspensão dos vôos internacionais por problemas de manutenção dos aviões. Depois veio o cancelamento da compra de dois jatos EMB 195 da Embraer por falta de pagamento. Na semana passada, Folegatti cedeu às pressões de seus sócios e renunciou à presidência da companhia. Ao que tudo indica, foi tarde demais.
Nesta terça-feira a empresa tentou, em vão, negociar com outras companhias aéreas a transferência de seus passageiros. As empresas não aceitaram, com receio de não receber pelas passagens.
Durante a tarde, a direção da companhia se reuniu com diretores da Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, para buscar uma saída. Caso consiga ter aprovado seu processo de recuperação judicial, a BRA deverá voar com apenas dois aviões. Até a semana passada a empresa tinha 17 aeronaves que atendiam 35 destinos.