O resultado semestral da Embratel Participações, controladora da operadora, apresentou melhora significativa em relação ao mesmo período do ano passado, apesar da queda de receita. O prejuízo de 188,64 milhões de reais foi revertido para um lucro de 139,04 milhões. O EBITDA (lucro antes dos impostos, amortizações e depreciações) aumentou de 679,7 milhões para 747,7 milhões - e a margem sobre a receita de 18,2% para 22,2%. Por outro lado, a receita líquida continua em queda: passou de 3,74 bilhões de reais para 3,38 bilhões. Na comparação com o primeiro trimestre de 2003, também houve retração, de 2,5%.

A queda de receita pode ser explicada pela maior competição no mercado de voz e dados. Hoje, e Embratel possui mais concorrentes tanto no segmento de ligações interurbanas quanto no de transmissão de dados. Mesmo a entrada da Embratel na telefonia local - de acordo com os dados divulgados, o número de contratos para prestação de serviços locais dobrou no segundo trimestre -, não consegue barrar o menor faturamento dos serviços tradicionais. Por exemplo, a receita de dados do primeiro semestre de 2002 foi de 906,4 milhões de reais, contra 893,27 milhões registrados nos primeiros seis meses deste ano - uma variação negativa de 1,4%. É pequena, mas constante. Na comparação entre o segundo trimestre de 2003 e o de 2002, foi de -4%; em relação ao primeiro trimestre de 2003, a queda foi de 3,8%.

Mas é no mercado de ligações interurbanas que a Embratel perde mais terreno para suas concorrentes locais, a Telefônica e a Telemar. A longa distância nacional rendeu à operadora 2,253 bilhões de reais no primeiro semestre de 2002, receita reduzida em 16,1% este ano, para 1,89 bilhões. As ligações para fora do país também diminuíram. Foram faturados 465,1 milhões de reais no ano passado, contra atuais 440,8 milhões (queda de 5,2%). No total, a receita com interurbanos diminuiu 14,3% entre o primeiro semestre de 2002 e o primeiro semestre de 2003.

Enquanto seu faturamento cai, a Embratel busca a rentabilidade. O aumento da margem do EBITDA é um exemplo - o ganho mostra melhora da arrecadação, maior receita média por minuto e menor custo de cobrança. A provisão para devedores duvidosos, um dos maiores problemas enfrentados pela empresa em 2001, caiu pelo sexto trimestre consecutivo, para 84 milhões, ou 5,1% da receita líquida. Comparado ao segundo trimestre de 2002, diminuiu pela metade.

Ao final do último trimestre, a dívida total da Embratel era de 4,1 bilhões de reais. No curto prazo, o valor é de 1,8 bilhão, dos quais 1,2 bilhão está no programa de financiamento e será, segundo a empresa, rolado por um período de dois anos, a cada vencimento.