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Alta do querosene de aviação prejudica Gol e TAM

Aumento no preço do combustível repassado pela Petrobras dá continuidade ao fluxo de notícias negativas ao setor nos últimos dias

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Nos últimos dias, o setor de aviação vem recebendo uma série de notícias negativas, a começar pela liberação de descontos nas passagens aéreas pela Anac e nos temores mais recentes trazidos pela gripe suína. Neste contexto, o anúncio de Petrobras de aumento no preço do Querosene de Aviação (QAV) só tem a prejudicar ainda mais a TAM e a GOL, afirmou a Link Investimentos.

A partir de 1º de maio, o combustível ficará 6,2% mais caro, configurando o primeiro aumento repassado desde agosto de 2008. O preço é reajustado todo o mês, levando em conta tanto as oscilações da cotação do petróleo no mercado internacional, assim como óleo combustível e nafta, quanto a variação do dólar frente ao real.

Com os repasses mensais, o QAV acumulava uma baixa de 29% de janeiro a abril. "O aumento do QAV, mesmo que marginal, é negativo para as companhias aéreas, que passam por uma fase de compressão do yields e tem no QAV seu principal custo (entre 35% e 40%)", explicou a Link.

Apesar do fluxo negativo de notícias, nesta sessão, os papéis da TAM (TAMM4) tinham alta de 3,37%, negociados a 14,99 reais, às 15h33. Acompanhando a tendência da concorrente, as ações da GOL (GOLL4) subiam 2,04%, cotadas a 7,50 reais.

Impactos mais negativos à TAM

A corretora do Itaú, que trabalha de forma independente do banco, afirmou em relatório que a liberação de descontos nas passagens é mais negativa para a TAM e neutra para a Gol. Isso porque 26% das receitas da TAM vêm dos voos internacionais, enquanto que a Gol restringe suas rotas no exterior para países da América do Sul, cujos preços já haviam sido liberados.

Quanto à gripe suína, os analistas lembraram que em 2002, o surto de SARS (do inglês Síndrome Respiratória Aguda Grave) fez com que a taxa global de ocupação caísse de 78% para 65%, voltando ao patamar de 80% com o controle da doença.

Para eles, tal cenário pode se repetir, com um agravante: diferentemente do ocorrido em 2002, há a possibilidade do suro se espalhar por todo o continente americano. "Considerando que a gripe suína poderá afetar a procura por transporte aéreo, acreditamos que a TAM irá reportar resultados operacionais mais fracos que a Gol, em virtude de sua maior exposição aos negócios internacionais", diz a corretora.
 

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