Ações da Redecard despencam com críticas do BC
Para o Banco Central, os consumidores e os lojistas são prejudicados pelo elevado custo nas transações com cartões
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Após a divulgação de um estudo do Banco Central que apontou distorções na indústria brasileira de cartões, as ações da Redercard (RDCD3) começaram a despencar, configurando a maior baixa da Ibovespa nesta manhã (11h40), com queda de 7,59%, para 25,92 reais.
As análises conduzidas pelo banco juntamente com a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e com a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda identificaram falhas que aumentam os custos das transações e que acabam prejudicando os consumidores.
Segundo o levantamento, o serviço de credenciamento é muito concentrado nos sistema Visanet (responsável pelas transações com cartões Visa) e Redercard (que processa as operações com Mastercard e Diners). Juntas as duas empresas representam 90% dos cartões ativos no país.
Entretanto, o maior problema apontado pelo estudo é a estrutura rígida e fechada da indústria. Já que não existe nenhum sistema unificado que possibilite um convênio entre as bandeiras para o credenciamento de lojistas em seu nome ou que promova a realização de serviços de compensação.
O Banco Central concedeu 90 dias para ouvir a opinião das empresas de cartão e fazer possíveis ajustes em suas conclusões. Não está descartado que o governo decida dar ao Banco Central poder formal para regular a indústria de cartões com o objetivo de reduzir os custos para consumidores e lojistas.
Se isso acontecer, a Visanet poderia, por exemplo, perder o monopólio para o processamento das transações com cartões Visa. Além disso, a Visanet a Redecard sofreriam pressões para compartilhar um maior número de aparelhos de captura das transações, conhecidos como POS.
Uma terceira medida possível seria a permissão para que estabelecimentos comerciais possam estipular preços diferentes para transações com ou sem cartão - o que seria um desestímulo para o consumidor utilizar os plásticos na hora do pagamento.