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Ação da Redecard cai forte com possível saída do Citi

Banco americano pode vender papéis ao Itaú Unibanco ou ao mercado, informaram dois jornais nesta sexta-feira

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O Citigroup estuda vender suas ações da processadora brasileira de transações com cartões Redecard como forma de levantar capital para superar a crise financeira, afirmaram nesta sexta-feira os jornais Wall Street Journal e Valor sem citar a fonte da informação. A expectativa de que uma nova oferta pública de ações seja feita na Bovespa derruba os papéis da empresa. Às 12h57, os papéis ordinários da Redecard, que processa transações com cartões Mastercard e Diners, registravam queda de 7,19%, a maior baixa do Ibovespa.

Segundo o WSJ, o Citi planeja vender parte de sua participação de 17% do capital da Redecard para o Itaú Unibanco, que também está no bloco de controle da empresa. Outra parte das ações seria oferecida ao mercado por meio de oferta pública. Já de acordo com o “Valor”, o Itaú tem interesse em parte dos papéis, mas é provável que o Citi venda os papéis ao mercado com algum desconto sobre a cotação atual.

Ainda não está claro se o Citi planeja vender todas as suas ações. O banco americano poderia levantar cerca de 2,5 bilhões de reais se deixasse a empresa. Itaú, Citigroup e Redecard não comentaram as reportagens, mas no mercado se comenta que o Citi precisa se desfazer de ativos não-estratégicos para tapar o rombo em seu balanço nos Estados Unidos. Nos últimos meses o Citi já vendeu parte de suas ações da Redecard e também uma participação na operadora de telefonia Brasil Telecom.

Para a corretora Ativa, o negócio é "potencialmente negativo" para as ações da Redecard devido ao risco de que uma grande oferta pública tenha impacto na cotação atual dos papéis. Esse risco "seria agravado pela atual situação do mercado, onde não existe espaço para novas ofertas", afirmou a corretora em relatório. A Ativa também acredita que faz sentido para o Itaú Unibanco comprar cerca de 5% das ações para manter o controle de mais de 50% dos papéis.

 

Em relatório divulgado no final do mês passado, a corretora do Itaú afirmou que as ações da Redecard seriam o ativo mais líquido do Citi no Brasil – e, portanto, eram também o mais fácil de ser vendido. Como o atual acordo de acionistas impede que o Citi venda todas as suas ações ao mercado, a corretora do Itaú – que trabalha de forma independente do banco – apostava que a melhor saída seria a recompra das 114,4 milhões de ações pela própria Redecard. O valor seria estabelecido a partir das cotações de mercado, como, por exemplo, uma média dos últimos 30 ou 90 pregões.

Posteriormente, as ações seriam canceladas. Dessa forma, o Citi levantaria um capital que lhe ajudaria a se recuperar. O Itaú Unibanco manteria o controle do negócio, elevando sua participação de 46,4% para 56% do capital, e não teria de fazer uma oferta pública de recompra dos papéis em circulação no mercado. Já os minoritários veriam sua participação na empresa elevada de 36,6% para 44,1% do capital, com uma provável valorização das ações gerada pelo menor número de papéis existentes. Por último, para a Redecard, o desembolso para a compra dos papéis elevaria sua dívida líquida de 20% do Ebitda para 150% do Ebtida - ou seja, ainda em nível bastante confortável.
 

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