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A rainha das aparências

Como uma dona-de-casa montou a Onodera, a rede de centros de estética que mais cresce no país

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Há 22 anos, a dona-de-casa Edna Onodera tentava colocar ordem nos negócios do marido, Ikuo Onodera, um professor de judô idealista, que dava aula para vários alunos sem cobrar. Ikuo, imigrante japonês que veio para o Brasil aos 19 anos, chegou a comandar a Seleção Brasileira de Judô, mas nunca levou jeito para ganhar dinheiro. Na casa dos Onodera, sempre era Edna, uma descendente de italianos, que se metia em empreitadas. "Minha mãe era o acelerador e meu pai o freio", diz Lucy Onodera, de 24 anos, filha do casal.

Hoje, aos 47 anos, Edna continua dona, mas de um dos novos negócios mais bem-sucedidos na indústria da beleza -- a rede de franquias de centros de estética Onodera. A filha Lucy, administradora de empresas, é seu braço-direito. Com 47 pontos espalhados pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a cadeia faturou 24 milhões de reais em 2002 e não pára de crescer. A Onodera conta com 44 franqueados e tornou-se a maior rede de centros de estética do país, segundo a Francap, consultoria especializada em franquias. Neste momento, há 11 novas unidades da Onodera em implantação, sendo uma delas em João Pessoa, a capital paraibana.

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A Onodera nasceu quase por acaso. Até 1980, Edna limitava-se a organizar a cobrança de mensalidades dos alunos do marido e a aproveitar os horários vagos da sala de judô para oferecer aulas de ginástica para mulheres. Em 1981, Edna, que abandonou no primeiro ano a faculdade de administração de empresas, decidiu colocar em prática um plano mais ambicioso. Abriu uma academia de ginástica exclusiva, com uma salinha para massagem e limpeza de pele. A matriarca colocou todas as economias da família no empreendimento e mudou-se, junto com o marido e os quatro filhos pequenos, para os fundos da academia.

A área de estética foi a que mais cresceu. Entre 1981 e 1999, Edna abriu mais dois institutos, todos na capital paulista, e alcançou um faturamento de 1,7 milhão de reais por ano. Na época, ela e a filha procuravam alternativas de crescimento. "Elas queriam aproveitar a ausência de uma marca forte no ramo de clínicas de estética para entrar num novo mercado", diz André Friedheim, presidente da Francap. A idéia era formar uma rede com franquias para otimizar os custos com publicidade e ganhar poder de barganha com os fornecedores. Deu certo. "Sempre acreditei que trabalhar com beleza tinha futuro", diz Edna. "Afinal, todo mundo quer ficar mais bonito." A academia de ginástica Onodera que deu origem à rede ainda existe na Aclimação, bairro da capital paulista. As aulas de judô continuam, embora o mestre Ikuo tenha morrido no início deste ano.

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