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A estratégia da Telecom Italia para a telefonia celular no Brasil

A Telecom Italia Mobile (TIM) vai investir 397 milhões de dólares na modernização de suas redes brasileiras atuais, além dos 793 milhões planejados para a nova operação nacional. Os números são de uma análise sobre o posicionamento da TIM no mercado brasileiro feita pela consultoria Pyramid Research para a Economist Intelligence Unit, do grupo que […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A Telecom Italia Mobile (TIM) vai investir 397 milhões de dólares na modernização de suas redes brasileiras atuais, além dos 793 milhões planejados para a nova operação nacional. Os números são de uma análise sobre o posicionamento da TIM no mercado brasileiro feita pela consultoria Pyramid Research para a Economist Intelligence Unit, do grupo que publica a revista britânica The Economist.

A TIM atua em estados da região nordeste e sul do Brasil com uma rede da primeira geração da telefonia celular, que opera com uma tecnologia hoje ultrapassada conhecida pela sigla TDMA. A nova TIM, que deve entrar em operação nos próximos meses, usa uma tecnologia mais avançada, a GSM, que permite transmitir gráficos, sons e navegar na Internet e pertence à chamada geração 2,5 da telefonia celular. A estratégia dos italianos da TIM é passar a usar o GSM em sua infra-estrutura já instalada.

A Pyramid afirma que a TIM espera lançar sua nova operação em outubro nas cidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. A empresa já instalou boa parte da nova infra-estrutura, mas a transmissão de dados e de voz ainda será feita por meio do compartilhamento de antenas já existentes.

Essa modalidade de acordo é novidade na telefonia celular brasileira - e um avanço. Quando entraram no mercado as empresas da banda B da telefonia celular (concorrentes das então estatais que seriam privatizadas), elas tiveram de construir suas próprias antenas, o que custa caro e leva tempo. O compartilhamento da infra-estrutura dá agilidade para a empresa iniciante. Naquela época (1998), a extensão da área de cobertura fazia diferença para o crescimento das empresas - por isso as operadoras já existentes, da banda A, se recusaram a compartilhar a infra-estrutura com as concorrentes.

Hoje, a situação é diferente. Todos precisam economizar custos. A TIM fechou acordo de compartilhamento com a Oi, da Telemar, nos estados em que ambas irão atuar. A Oi, por sua vez, tem acordos com pelo menos 40% do mercado de celulares. Oi e TIM também já acertaram acordos para roaming em São Paulo, Brasília e em outros nove estados, de acordo com a assessoria de imprensa da Oi.

Os analistas da Pyramid acreditam que a TIM consolidará a participação no mercado brasileiro já no ano que vem e pode chegar a 20% do mercado em 2007. Seria a segunda maior operadora -- perderia para a Vivo, associação entre Telefônica/Portugal Telecom. Em seguida, viriam o grupo Telecom Américas e a Oi.

As principais vantagens competitivas da TIM apontadas são a rede nacional e o fato de que todas as outras operações da empresa na América Latina funcionam com a mesma tecnologia (GSM). A TIM atua no Peru, na Venezuela, no Chile e na Bolívia e possuía, afirma o estudo, 12% de todos os usuários de celulares na região no final de 2001. A Telefônica e a Portugal Telecom, juntas, tinham 23%; a Telecom Américas, 28%; e a BellSouth, 12%.

Só falta funcionar

Quase um ano e meio depois de ganhar o leilão da licença de telefonia da Banda D, a TIM ainda não conseguiu colocar o serviço baseado na tecnologia GSM para funcionar. Como os italianos também são sócios da Brasil Telecom (BrT), por lei não podiam comandar outra operação no mercado de telecomunicações. Há duas semanas, porém, a Telecom Italia se desfez de parte de suas ações na BrT, saiu do bloco de controle da empresa e, assim, se adaptou à legislação. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já deu o sinal verde para o início dos serviços.

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