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O único jeito de crescer para a Anglo American

Para ampliar suas operações no país, a Anglo American assume compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa

Walter De Simoni, presidente da Anglo American (--- [])

Walter De Simoni, presidente da Anglo American (--- [])

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

Há dois anos, a mineradora Anglo American começou a construir no município de Barro Alto, em Goiás, seu principal empreendimento no Brasil: uma fábrica de beneficiamento de níquel, que será inaugurada em 2011 e exigirá um investimento de 1,8 bilhão de dólares. Como ocorre em todos os investimentos na área de mineração, os impactos ambientais são grandes — e lidar com eles hoje é parte do negócio. “O grande desafio de nossa geração são as mudanças climáticas”, afirma Walter De Simoni, presidente da subsidiária brasileira da Anglo American. “Preservar os recursos naturais é necessário não só do ponto de vista ético mas também é um imperativo econômico.”

Para atacar o problema, a Anglo está investindo em várias frentes. Uma delas é a participação na fundação do Programa Brasileiro de Inventário Corporativo de Gases de Efeito Estufa, criado em 2008. Os participantes do órgão devem não apenas elaborar seus inventários de emissões, mas também estabelecer metas de redução. O objetivo da Anglo é diminuir, até 2014, as emissões em 15% em relação aos níveis de 2004. Outro esforço da companhia diz respeito ao melhor aproveitamento da água. Um exemplo é o projeto de reúso que a Anglo mantém na cidade paulista de Cubatão, onde produz fertilizantes à base de fosfato. Com campanhas de conscientização para evitar o desperdício e esforços para melhorar o tratamento dos efluentes, a unidade diminuiu o consumo de água em 40% e o descarte em 50%, entre 1997 e 2008. O projeto foi escolhido entre os dez melhores exemplos de gestão ambiental pelo Ranking Benchmarking Ambiental Brasileiro 2009, elaborado por uma comissão de acadêmicos e especialistas em sustentabilidade ligados a diversas instituições brasileiras e internacionais, como o Banco Mundial.
 
Agora, a meta da Anglo é elevar o índice de reúso da água a 100% na fábrica de Barro Alto. Ali, toda a água captada e usada deverá ser tratada e reaproveitada. Isso será feito com a construção de um reservatório de resfriamento e recirculação de água da área industrial, que será abastecido também com a água da chuva. A fábrica de Barro Alto, município de apenas 7 000 habitantes, pretende ser modelo para as outras operações da Anglo não só na preservação ambiental mas também no incentivo ao desenvolvimento socioeconômico. Em 2008, foi estabelecida no local uma base da Care, uma das maiores ONGs do mundo, para executar um plano que inclui a formação de empreendedores e o incentivo à diversificação das atividades econômicas. O objetivo é garantir que a cidade continue a se desenvolver mesmo depois do esgotamento do minério, previsto para daqui a 30 anos. Um dos planos da Care é montar bancos comunitários para facilitar o crédito aos interessados em iniciar novos negócios.

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