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Trump pode perder apoio em estados cruciais caso seja condenado, revela pesquisa

Ex-presidente enfrenta 91 acusações criminais em quatro julgamentos separados

Trump: republicano vem liderando todos os cenários das eleições até agora. (Spencer Platt/AFP)

Trump: republicano vem liderando todos os cenários das eleições até agora. (Spencer Platt/AFP)

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 06h29.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h53.

Apesar de já ser dada como certa, a candidatura de Donald Trump pelo partido republicano à Presidência dos EUA pode sofrer solavancos. Segundo pesquisa da Bloomberg News/Morning Consult, mais da da metade dos eleitores dos chamados estados-pêndulo dos Estados Unidos não votaria em Donald Trump se ele fosse condenado por um crime. Os "estados-pêndulo" são aqueles onde os candidatos disputam voto a voto a preferência do eleitor.

A pesquisa descobriu que 53% dos eleitores nos sete estados onde a batalha promete ser acirrada estariam relutantes em votar em Trump na eleição geral caso ele fosse considerado culpado de um crime, um número que aumenta para 55% se ele for condenado à prisão.

As 91 acusações criminais de Trump em quatro julgamentos separados e as audiências relacionadas até agora deram força para sua posição no campo das primárias republicanas e nos esforços para arrecadar fundos para a campanha. Os dados divulgados nesta quarta-feira indicam, porém, que há um limite para o quanto suas batalhas legais o ajudarão politicamente.

A relutância dos eleitores em apoiar um Trump condenado é um dos poucos pontos negativos para o ex-presidente na pesquisa que, de outra forma, mostra ele ampliando sua margem sobre Biden em um confronto direto. Trump está na frente de Biden por uma média de 6 pontos percentuais nos sete estados cruciais que provavelmente decidirão a eleição presidencial de 2024, de acordo com a sondagem.

O ex-presidente venceu as duas primeiras disputas primárias republicanas e está pronto para garantir a nomeação de seu partido nas próximas semanas.

Presidente condenado?

Apesar dos republicanos se unirem em torno de Trump após quatro acusações, a pesquisa sugere que uma condenação e uma sentença de prisão poderiam mudar o cenário para alguns eleitores. Quase um em cada quatro (23%) dos republicanos nos estados-pêndulo dizem que não estão dispostos a apoiá-lo se condenado.

A vice-presidente da Morning Consult, Caroline Bye, disse que uma condenação reduz o apoio a Trump. Ele perde um em cada cinco de seus eleitores de 2020 se for considerado culpado, disse ela.

— A base está evoluindo e mudando — disse ela. — Mas certamente existem eleitores leais de Trump que continuarão votando nele.

Os eleitores estavam divididos sobre se os estados deveriam poder remover o nome de Trump da cédula (como no tribunal do Colorado, onde Trump recorre da decisão) por seus esforços para reverter a eleição de 2020. Quarenta e cinco por cento disseram que os estados não deveriam ter o direito de removê-lo, enquanto 21% disseram que os estados deveriam ser capazes de considerá-lo inelegível apenas se ele for criminalmente condenado por acusações relacionadas à insurreição. O restante dos entrevistados disse que os estados deveriam ser capazes de excluir seu nome, independentemente de qualquer condenação.

Uma condenação também poderia inclinar o equilíbrio entre os chamados "duplos 'odiadores'" — eleitores que têm uma opinião desfavorável tanto de Biden, quanto de Trump —, com 79% desses eleitores dizendo que não estariam dispostos a votar em Trump se ele fosse considerado culpado.

A pesquisa foi realizada de 16 a 22 de janeiro, após o caucus de Iowa e antes da primária de New Hampshire. Também ocorreu antes de uma indenização civil de US$ 83,3 milhões por difamar a escritora E. Jean Carroll, que anteriormente havia ganhado um processo separado contra ele por agredi-la sexualmente em 1996.

A pesquisa entrevistou eleitores no Arizona, Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte, Wisconsin e Nevada. A Bloomberg News e a Morning Consult estão conduzindo pesquisas mensais na corrida para as eleições presidenciais de novembro.

(Com informações da Agência O Globo)

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