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Novo presidente somali toma posse com segurança reforçada

Hassan Sheikh Mohamud toma posse em cerimônia com forte esquema de segurança depois que terroristas de grupo islamita tentaram assassinar o novo líder


	Novo presidente somali, Hassan Sheij Mohamud: "(...) meu primeiro objetivo é tratar de frear o que o Al Shabab está fazendo contra o povo da Somália', disse
 (Mohamed Abdiwahab/AFP)

Novo presidente somali, Hassan Sheij Mohamud: "(...) meu primeiro objetivo é tratar de frear o que o Al Shabab está fazendo contra o povo da Somália', disse (Mohamed Abdiwahab/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2012 às 17h20.

Mogadíscio - O novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, tomou posse neste domingo durante uma cerimônia realizada na capital Mogadíscio, a qual foi marcada por um forte esquema de segurança depois que terroristas do grupo islamita Al Shabab tentaram assassinar o novo líder do país em um atentado suicida na última quarta.

Apesar do clima de insegurança, a cerimônia de posse de Mohamud foi acompanhada por vários líderes, entre eles o presidente de Djibuti, Ismail Omar Gelle; o recém eleito primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, e o da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assim como o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping.

'Meu governo foi atacado pela primeira vez pelo Al Shabab na última quarta com dois atentados suicidas que deixaram oito cidadãos somalis mortos. Portanto, meu primeiro objetivo é tratar de frear o que o Al Shabab está fazendo contra o povo da Somália', disse o novo presidente durante sua cerimônia de posse.

Além disso, Mohamud assinalou que seu Executivo se concentrará, além da questão da segurança no país, na luta contra a pirataria, na justiça, na reconciliação, na educação, na união e, por fim, no desenvolvimento da Somália.

Mohamud, um acadêmico e ativista da sociedade civil que fundou no último ano o Partido da Paz e o Desenvolvimento, foi eleito presidente da Somália na segunda-feira passada, quando venceu o anterior presidente somali, Sharif Sheikh Ahmed - tido como grande favorito -, na terceira e definitiva votação no país.

Nesta, o opositor obteve 190 votos, quase 100 a mais que conseguiu Ahmed (79), que liderava o Governo Federal de Transição somali desde 2009.

O presidente em fim de mandato da Somália, por sua vez, reconheceu a derrota e ofereceu seu total apoio ao novo chefe de Estado.

'Liderei Somália de 2009 até agora. Sei muito bem o que ajuda ser um líder e me agradou muito dirigir Somália, mas Mohamud ganhou as eleições e estou satisfeito. Vou apoiá-lo no que for preciso', disse o ex-presidente durante a cerimônia de posse de Mohamud.

Com a nomeação de Mohamud na última segunda, a Somália encerra seu governo federal de transição, iniciado em 2004 com apoio da ONU.

Esta é a primeira eleição de um presidente realizada desde 1967 na Somália, país que estava sem um Governo efetivo desde a queda do ditador Mohammed Siad Barre em 1991.

Na atualidade, as tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM), em cooperação com o Exército da Somália, o da Etiópia e de milícias pró-governo, avançam em direção à cidade de Kismayo (sul), território dominado pelos radicais islâmicos do Al Shabab.

O grupo Al Shabab, que em fevereiro anunciou sua união formal com a rede terrorista Al Qaeda, combate desde 2006 (embora não em seu atual formato) o governo somali e as tropas aliadas a fim de instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabista na região.

A Somália vive um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o país ficou sem um Governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, senhores da guerra e grupos de delinquentes armados. EFE

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