No começo deste mês, o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, pediu que Arábia Saudita, Catar, Turquia e os países ocidentais não sabotem o plano de paz de Annan (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2012 às 15h47.
Roma - O emir do Catar, o xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, disse nesta segunda-feira em visita a Roma que o plano de paz da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), negociado por Kofi Annan para pacificar a Síria, tem apenas "3% de chances" de dar certo. Segundo ele, a violência impede que o plano de pacificação funcione. Ele afirmou que o povo sírio precisa ser apoiado não apenas com meios pacíficos, mas também "com armas".
Al-Tahni deu as declarações ao lado primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, o qual ressaltou a "colaboração bem próxima" que a Itália tem com o Catar a respeito da Síria. Monti afirmou que a Itália está pronta a enviar observadores para ajudarem a supervisionar o cessar-fogo negociado por Annan entre o governo e a oposição sírias. Ao contrário dos governos do Catar e da Arábia Saudita, contudo, a Itália não apoia o envio de armas aos insurgentes sírios.
A missão de observadores faz parte do plano de seis pontos de Annan. O cessar-fogo entrou em vigor às 6h do dia 12, mas desde então pelo menos 55 pessoas, em grande parte civis, foram mortas na violência na Síria, segundo os grupos de ativistas e direitos humanos, informa a agência France Presse (AFP).
Nesta segunda-feira, o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres, disse que 11.117 pessoas foram mortas nos 13 meses de rebelião na Síria - 7.972 civis e 3.145 combatentes, divididos entre militares e milicianos do governo, além de pouco menos de 600 desertores e combatentes rebeldes.
No começo deste mês, o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, pediu que Arábia Saudita, Catar, Turquia e os países ocidentais não sabotem o plano de paz de Annan, ao pagarem e darem apoio aos grupos da oposição.
As informações são da Dow Jones.