Aleppo: o militar russo ressaltou que a ajuda humanitária também está destinada aos civis que não querem deixar Aleppo (Abdalrhman Ismail / Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2016 às 13h38.
Moscou - A Rússia aceitou nesta segunda-feira garantir a entrada de comboios com ajuda humanitária da ONU em Aleppo, a segunda cidade mais importante da Síria, através dos corredores abertos pelo exército sírio e pela aviação russa.
"Estamos dispostos a garantir a entrada na parte leste de Aleppo dos comboios humanitários da ONU", disse o general Sergei Rudskoi à emissora de televisão pública da Rússia.
O general destacou que, "desde o domingo" estão abertos "todos os corredores na parte leste de Aleppo", assim como no interior da própria cidade, onde haveria em torno de 250 mil civis, segundo diversas fontes.
Rudskoi explicou que 15 toneladas de assistência já teriam sido entregues por esses veículos e que também foram habilitados seis centros humanitários para atender aos civis no leste da cidade, que sofre forte cerco das forças governamentais.
"Trata-se de alimentos, produtos de primeira necessidade e remédios. Além disso, um comboio com outras 15 toneladas de ajuda humanitária russa foi enviado ontem a Aleppo", disse o general russo.
Além disso, Rudskoi garantiu que a Rússia apoia "totalmente" a proposta do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, sobre a operação humanitária que russos e sírios iniciaram na última quinta-feira em Aleppo.
O general russo se referia ao pedido realizado por De Mistura no qual o diplomata propôs que a Rússia deixasse as Nações Unidas gerenciar os corredores humanitários.
O militar russo ressaltou que a ajuda humanitária também está destinada aos civis que não querem deixar Aleppo, que recebem assistência por ar.
"Hoje os civis podem retornar livremente a suas casas após receber os alimentos e a assistência médica", afirmou Rudskoi.
A Rússia anunciou na última quinta-feira o início de uma operação humanitária em Aleppo, em colaboração com o exercito sírio, que propõe a abertura de corredores humanitários para que os civis possam deixar a cidade e para os guerrilheiros que quiserem depor suas armas.
No entanto, a oposição armada e alguns governos ocidentais temem que a operação seja a preparação de uma investida militar contra a segunda cidade mais importante da Síria, onde, segundo diversas fontes, há mais de 10 mil combatentes, entre guerrilheiros opositores ao regime de Bashar al Assad e jihadistas.