Exame Logo

Reestruturação da Chrysler falhou, admite presidente

Marca da DaimlerChrysler pode perder a terceira posição no mercado americano para a Toyota

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

As operações da alemã DaimlerChrysler nos Estados Unidos foram vistas, por muito tempo, como as únicas rentáveis entre as montadoras instaladas em Detroit. Mas a incapacidade da empresa de responder rapidamente às mudanças dos consumidores a colocou nas mesmas dificuldades de suas grandes rivais - a General Motors e a Ford. Nesta terça-feira (19/9), durante conferência com analistas na Alemanha, o presidente-executivo do grupo, Dieter Zetsche, admitiu que a reestruturação da empresa falhou.

Segundo Zetsche, os culpados pelo mau desempenho da companhia são o aumento do preço dos combustíveis, a desaceleração da demanda por grandes caminhões e a elevação dos custos com saúde e previdência para os trabalhadores sindicalizados dos Estados Unidos. A empresa apresentou seu terceiro prejuízo trimestral desde 2000 e pode perder a terceira posição no mercado americano para a japonesa Toyota.

Veja também

Zetsche comunicou que o segundo semestre deve encerrar com uma queda de 16% na produção, ante o mesmo período do ano passado. O executivo não descartou, ainda, que novas medidas sejam adotadas para sanar as operações, de acordo com o americano The Wall Street Journal.

Zetsche ganhou fama no setor automotivo, quando, em 2000, foi enviado aos Estados Unidos para reestruturar a marca Chrysler. Rapidamente, implantou um programa de reformas semelhante ao que a GM e a Ford tentam implementar hoje. O executivo fechou várias fábricas e cortou 26 000 vagas.

A estratégia se mostrou frágil no segundo trimestre de 2003, quando a Chrysler registrou um prejuízo de 2 bilhões de dólares. Os lucros, porém, voltaram com o lançamento do Chrysler 200, um modelo de sedã bem ao gosto americano, inspirado em veículos dos anos 60 e 70. No ano passado, a marca conseguiu um feito raro nos Estados Unidos dos últimos tempos: aumentar sua participação de mercado.

O prêmio para Zetsche foi a promoção de presidente da Chrysler para o comando geral do grupo DaimlerChrysler. Dado o histórico de sucesso do executivo, os analistas afirmam que confessar publicamente que a estratégia implantada na marca falhou é uma situação embaraçosa. Em julho, a companhia havia previsto que os prejuízos nos Estados Unidos seriam de 600 milhões de dólares no terceiro trimestre. Na semana passada, a previsão subiu para 1,5 bilhão. Zetsche considerou "totalmente inaceitável" surpreender o mercado com a nova previsão, mas expressou confiança na retomada das vendas em 2007.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame