Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs nesta terça-feira ao Conselho da Federação (Senado) do país a anulação da permissão que respaldava o envio de tropas à Ucrânia, outorgada ao chefe do Kremlin no último 1º de março.

Putin enviou uma carta à presidente do Senado, Valentina Matvienko, antes de embarcar para Viena em visita oficial, informou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

Segundo Peskov, a decisão foi adotada para favorecer 'a normalização da situação na regiões orientais da Ucrânia' e também para dar suporte ao início das negociações entre as partes em conflito.

O Senado, por sua vez, adiantou que se reunirá amanhã mesmo para estudar a proposta do presidente russo.

A solicitação de Putin coincide com a trégua estipulada no final da noite de ontem entre as autoridades ucranianas e os rebeldes pró-russos, assim como com a advertência da União Europeia sobre novas sanções (econômicas), caso Moscou não contribuísse com o plano de paz para as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk.

A trégua, estipulada até às 10h locais da sexta-feira, foi alcançada nas primeiras conversas entre representantes de Kiev e os líderes da sublevação pró-russa desde que explodiram os confrontos armados há quase dois meses.

A permissão para o envio das tropas foi aprovado uma semana depois da derrocada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich e às vésperas da anexação da península da Crimeia pela Rússia.