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Um projeto verde para os Estados Unidos

No incensado livro O Mundo É Plano, de 2005, Thomas Friedman mostra como a globalização provoca profundas mudanças nas relações econômicas, políticas e sociais entre as nações.

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Agora, o colunista do The New York Times e três vezes vencedor do prêmio Pulitzer de jornalismo está convencido de que outras duas forças também mudam o planeta de forma definitiva: o aquecimento global e o crescimento populacional. Essa é a tese de sua nova obra, Hot, Flat, and Crowded - Why We Need a Green Revolution and How It Can Renew America (em português, algo como "Quente, plano e superpopuloso - por que precisamos de uma revolução verde e como ela pode renovar os Estados Unidos"), que está no topo da lista de obras de não-ficção mais vendidas do The New York Times, com lançamento previsto para 2009 no Brasil, pela editora Objetiva.

De acordo com Friedman, seu país deveria tomar a frente na solução desses grandes problemas mundiais - por ser o único com poderio econômico e político para encampar tal desafio - e, de quebra, reencontrar o próprio caminho, perdido após os atentados de 11 de setembro. Vale destacar que Friedman escreveu seu livro antes do aprofundamento da atual crise financeira. O autor defende a criação de um projeto batizado de "código verde", cujo ponto de partida é um forte estímulo à inovação. "Precisamos de um programa de políticas governamentais e incentivos fiscais para implantar um sistema que crie e desenvolva fontes de energia limpas e mais eficientes, junto com uma ética de conservação", diz ele.

A redução da dependência de combustíveis fósseis, argumenta Friedman, é questão de segurança nacional. Para o jornalista, ao importar petróleo de países como Irã e Venezuela, os Estados Unidos dão fôlego a governos ditatoriais e são forçados a ampliar barreiras dentro e fora de seu território. O autor reserva um capítulo à China, nação que já teria iniciado esforços para buscar tecnologias limpas e que poderia ganhar certa "vantagem sustentável" nas próximas décadas. "A habilidade para projetar, construir e exportar tecnologias verdes para produzir água limpa, ar limpo e comida saudável e abundante será a moeda de poder na nova era", diz Friedman.

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Isso, em breve, se tornará óbvio para todos, segundo o autor. Como um americano de 55 anos que viu seu país tomar as rédeas das maiores inovações do século 20, ele afirma, em tom patriótico, torcer para que Washington desperte e faça a história se repetir com as tecnologias limpas. A cor verde, nesse contexto, deveria levar a políticos, empresários e pesquisadores americanos a mesma motivação que o vermelho soviético trouxe durante a Guerra Fria.

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