Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Presidente da Turquia admite 'falhas' na resposta ao terremoto

Turcos criticaram as ações do governo e disseram que as equipes de resgate demoraram a chegar nos locais atingidos

Modo escuro

À medida que cresce o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a Turquia, aumenta a insatisfação da população frente a reação do governo de Recep Erdogan (Cem Tekkesinoglu/Getty Images)

À medida que cresce o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a Turquia, aumenta a insatisfação da população frente a reação do governo de Recep Erdogan (Cem Tekkesinoglu/Getty Images)

E
Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de fevereiro de 2023, 11h39.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reconheceu que houve falha na resposta ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria na segunda-feira passada, dia 6, e causou a morte de mais de 16 mil pessoas.

O governante visitou a província de Hatay, a mais afetada pelo desastre natural, na quarta-feira, 8, e reforçou que o clima frio também é um fator que não colabora com as operações de emergência. “Não é possível estar preparado para tal desastre”, afirmou Erdogan. Turcos criticaram as ações do governo e disseram que as equipes de resgate demoraram a chegar nos locais atingidos, e o presidente destacou que o “não deixará nenhum cidadão descuidado”.

À medida que cresce o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a Turquia, aumenta a insatisfação da população frente a reação do governo de Recep Erdogan ao desastre. Até agora, o terremoto causou mais de 16 mil pessoas na Turquia e na Síria.

Candidato à reeleição em maio, Erdogan usou a visita ao local da tragédia para atacar adversários políticos que. segundo ele, espalham “mentiras e calúnias” sobre as ações do governo. Enquanto isso, o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, atribuiu à gestão de atual os efeitos devastadores do terremoto, ao dizer que o presidente não preparou o país para uma catástrofe como essa e fez mau uso do dinheiro disponível.

Buscas continuam

Os socorristas seguem em busca de pessoas soterradas nos escombros. Vários países, inclusive o Brasil, se mobilizaram para ajudar no resgate das vítimas, contudo, para especialistas, as chances de encontrar sobreviventes passados três dias da tragédia é pequena. “As primeiras 72 horas são consideradas críticas”, disse o especialista em riscos naturais da Nottingham Trent University, Steven Godby, à Associated Press. “A taxa de sobrevivência em 24 horas, em média, é de 74%; após 72 horas, é de 22%; e no quinto dia, é de 6%”, acrescentou ele.

Para o professor de planejamento e gerenciamento de emergência da University College London, David Alexander, dados de terremotos anteriores confirmam a dificuldade para encontrar vítimas soterradas à essa altura. “Estatisticamente, hoje é o dia em que vamos parar de encontrar pessoas. Isso não significa que devemos parar de procurar.”, afirmou.

O professor disse também que o número exato de mortos pode demorar a ser conhecido devido à quantidade de escombros. Ainda assim, o número de vítimas fatais já superou o de um terremoto de magnitude 7,8 que matou 8.800 pessoas no Nepal em 2015, o que fez dos tremores na Turquia e na Síria o terremoto mais letal da década.

Revolta

“Enfrentamos dificuldades no início com os aeroportos e as estradas, mas hoje estamos melhores e amanhã estaremos melhores” disse Erdogan em Kahramanmaras, em resposta às críticas. “Estamos diante de um grande desastre. Meu povo sempre tem paciência. Tenho certeza de que minha nação mostrará paciência novamente.”

“Onde está o Estado? Onde está?”, perguntava desesperado um homem que se identificou como Ali, enquanto diminuíam suas esperanças de encontrar com vida o irmão e o sobrinho presos entre os escombros em Kahramanmaras.

“Onde estão as tendas, os food trucks?”, questionou Melek, 64, em Antakya, no sul do país, à agência de notícias Reuters. “Não vimos nenhuma distribuição de comida aqui, ao contrário do que houve em desastres locais anteriores. Sobrevivemos ao terremoto, mas vamos morrer de fome ou de frio aqui”, afirmou.

Últimas Notícias

ver mais
Bombardeio contra região russa deixa dois mortos
Mundo

Bombardeio contra região russa deixa dois mortos

Há 3 horas
Acidente de trem deixa pelo menos 50 mortos e 300 feridos na Índia
Mundo

Acidente de trem deixa pelo menos 50 mortos e 300 feridos na Índia

Há 3 horas
Jifeng e FAW-Volkswagen fecham acordo para produção de assentos no valor de US$ 802 milhões
Mundo

Jifeng e FAW-Volkswagen fecham acordo para produção de assentos no valor de US$ 802 milhões

Há 5 horas
Na China, Tmall, JD.com e Pinduoduo iniciam promoções para o Festival de Compras 618
Mundo

Na China, Tmall, JD.com e Pinduoduo iniciam promoções para o Festival de Compras 618

Há 5 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais