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Oposição síria pede armas e combates são registrados

A Coalizão Nacional síria fez um apelo nesta segunda-feira à comunidade internacional, enquanto violentos combates eram travados no sul de Damasco


	Sírios inspecionam local de atentado com carro-bomba em Salmiyeh: a violência deixou nesta segunda mais de 60 mortos
 (AFP)

Sírios inspecionam local de atentado com carro-bomba em Salmiyeh: a violência deixou nesta segunda mais de 60 mortos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 07h37.

Paris - A Coalizão Nacional síria fez um apelo nesta segunda-feira à comunidade internacional por apoio financeiro e armas durante uma reunião em Paris, enquanto violentos combates eram travados no sul de Damasco.

Enquanto o presidente Barack Obama admitiu hesitar sobre a questão de uma intervenção americana na Síria, arrasada por 22 meses de conflito, a violência deixou nesta segunda mais de 60 mortos, principalmente no subúrbio de Damasco, em meio a ataques aéreos e por terra, segundo um registro provisório de uma ONG síria.

O jornal libanês Al-Akhbar, ligado a Damasco, citava nesta segunda "visitantes" do palácio presidencial, indicando declarações de Assad segundo as quais "o Exército retomou amplamente a iniciativa (...) obtendo resultados importantes".

Os opositores reunidos em Paris com os representantes de cerca de cinquenta países denunciaram a falta de apoio da comunidade internacional, paralisada por suas divisões em torno da questão síria.

"O povo sírio trava atualmente uma guerra sem perdão. O tempo não está do nosso lado e o prosseguimento deste conflito levará a um desastre para a região e para o mundo", declarou Riad Seif, vice-presidente da coalizão, na abertura da reunião.


"Nós não queremos promessas que não serão cumpridas", acrescentou aos diplomatas e líderes de 50 países.

"A Síria precisa de bilhões de dólares. Mas precisamos de um mínimo de 500 milhões para criar um governo", exigido pela comunidade internacional, afirmou George Sabra, líder do Conselho Nacional Sírio, principal componente da coalizão.

"Precisamos de armas, armas e armas", ressaltou, enquanto os ocidentais temem que tais armas caiam nas mãos de grupos jihadistas na Síria.

Um embargo europeu sobre as armas para a Síria deve ser revisto no final de fevereiro em Bruxelas, mas a remoção parcial ou total do embargo precisa ser aprovada por unanimidade, lembrou um funcionário do Quai d'Orsay durante a conferência.

"Diante do colapso de um Estado e da sociedade, são os grupos islamitas que podem ganhar terreno se não agirmos. Nós não devemos deixar uma revolta que começou como um protesto pacífico e democrático degenerar em confrontos entre milícias", considerou o chanceler francês, Laurent Fabius.

"Esta conferência tem um objetivo concreto: capacitar a Coalizão Nacional síria a agir", acrescentou. "Isso requer recursos financeiros, ajuda de todos os tipos. Promessas foram feitas, algumas foram cumpridas, mas não todas", acrescentou.


Na reunião dos Amigos do Povo Sírio em Marrakech, em 12 de dezembro, mais de uma centena de países árabes e ocidentais reconheceram a Coalizão Nacional Síria como a "representante legítima do povo sírio". Um total de 145 bilhões de dólares foi prometido à organização, mas a oposição luta para ganhar a confiança internacional, que questiona sua representatividade e capacidade de organização.

No terreno, violentos combates eram travados entre soldados e rebeldes no sul de Damasco, assim como em Deir Ezzor (leste), enquanto a artilharia e a aviação do regime atacavam a região, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os insurgentes tomaram postos do Exército e conseguiram armas e munições durante esses confrontos, indicou a ONG, que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos.

Mais de 60.000 pessoas morreram desde o início da revolta contra o regime, em março de 2011, segundo a ONU.

A Rússia, aliada de Damasco, surpreendeu no domingo ao acusar o presidente Assad de ter cometido "um erro que pode ser fatal" por não ter realizado reformas políticas.

John Ging, chefe de Operações da Agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), ressaltou que a ONU será forçada de reduzir as rações alimentares distribuídas aos sírios se os doadores não se mostrarem mais generosos.

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