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Obama adverte Rússia contra provocações na Ucrânia

Obama advertiu e criticou Rússia por atitudes do país em relação à Ucrânia


	Barack Obama criticou e ameaçou a Rússia por conta da crise na Ucrânia
 (Kim Hong-Ji/AFP)

Barack Obama criticou e ameaçou a Rússia por conta da crise na Ucrânia (Kim Hong-Ji/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2014 às 10h05.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu neste domingo que o Ocidente adotará novas sanções contra as provocações de Moscou na Ucrânia, onde os pró-russos detêm no leste do país um grupo de observadores internacionais.

As novas sanções estudadas atualmente pelo grupo do G7 têm por objetivo "fazer a Rússia entender que os atos de desestabilização na Ucrânia devem parar", lançou o presidente americano a partir da Malásia, onde se encontra em viagem oficial.

Obama criticou a Rússia por não ter "movido um dedo" para implementar o acordo alcançado em Genebra no dia 17 de abril, destinado a aplacar a crise.

"Enquanto a Rússia seguir pelo caminho da provocação em vez de tentar resolver a situação de forma pacífica e de reduzir a tensão, haverá consequências e estas consequências seguirão crescendo", disse.

Os sete países mais industrializados (G7) decidiram no sábado ampliar as sanções contra Moscou. Cada um o fará ao seu ritmo e Washington poderá fazê-lo ainda na segunda-feira. Os europeus, por sua vez, se reúnem na segunda-feira e podem acordar a adoção de sanções de "fase dois", como o congelamento de ativos e proibições de viajar.


"Convidados", não "reféns"

Em terra, a tensão era sentida nos pontos de controle de Slaviansk, no leste da Ucrânia, observaram jornalistas da AFP. Os militantes pró-russos reforçavam suas defesas nos arredores dos edifícios ocupados e expulsavam os jornalistas.

O prefeito autoproclamado da cidade, epicentro da crise, indicou que seus homens mantinham detidos os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação Europeia, capturados na sexta-feira.

"Em nossa cidade, onde estamos em uma situação de guerra, todos os militares sem autorização são considerados prisioneiros de guerra", declarou Viacheslav Ponomarev aos jornalistas.

Ele afirmou que o motorista que os acompanhava havia sido libertado. O restante do grupo é composto por oito europeus e quatro militares ucranianos.

Os observadores estão detidos na prefeitura, segundo Ponomarev, que disse que "não são nossos reféns, são nossos convidados", e que eles estão bem.

Os oito europeus, aparentemente ilesos, foram apresentados momentos depois à imprensa, na principal sala da prefeitura, onde 60 jornalistas se reuniram.

Ponomarev confirmou também que uma equipe de negociadores da OSCE deve chegar durante o dia para se inteirar da situação, como anunciou anteriormente a organização em Viena.

Ponomarev acrescentou que os rebeldes também detiveram três oficiais militares ucranianos durante a noite, acusados por ele de serem espiões.

Segundo os serviços de segurança ucranianos (SBU), os três oficiais, que estavam encarregados de "deter um cidadão russo suspeito do assassinato de um conselheiro municipal ucraniano" na cidade de Gorlivka, foram "atacados por criminosos armados".

A televisão russa mostrou imagens de três homens sem calças, com os olhos vendados e que mostravam às câmeras seus documentos de identidade.

Slaviansk, de 100.000 habitantes, está há três dias fora do controle de Kiev, que lançou uma operação antiterrorista para restabelecer a ordem.

Kiev assegura ter colocado em andamento um bloqueio para impedir os pró-russos de receber reforços e os separatistas declararam que não devolverão a cidade. Moscou exige o fim do bloqueio.


Slaviansk não é a única cidade afetada pelos distúrbios. Em Donetsk, grande cidade industrial do leste, os separatistas pró-russos reafirmaram no sábado sua intenção de organizar um referendo no dia 11 de maio sobre a "declaração de independência" da região de Donetsk.

O ex-magnata russo e opositor ao Kremlin Mikhail Kodorkhovsky estava neste domingo na cidade, onde um punhado de militantes pró-russos o acusaram de ter "vendido a sua pátria".

"Manobras" na fronteira 

A Rússia e os Estados Unidos se acusam mutuamente há meses de manobrar para tomar o controle da Ucrânia. Diante da ameaça de Moscou de uma intervenção militar, Washington reagiu mobilizando 600 soldados na Polônia e nos países bálticos.

A Rússia, por sua vez, voltou a mobilizar há dias dezenas de milhares de homens em sua fronteira com a Ucrânia, onde garantiu que realizava apenas simples manobras.

Violou em várias ocasiões o espaço aéreo ucraniano nas últimas horas com o objetivo de provocar uma guerra, afirmou no sábado em Roma o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, que diante desta situação decidiu encurtar sua visita e retornar a Kiev.

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