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Maior fundo de private equitty do mundo quer chegar a US$ 20 bi

Aumento da carteira do Blackstone visa à disputa de grandes companhias públicas e privadas. Decisão vai acirrar a concorrência no mercado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

O americano Blackstone Group, maior fundo de private equity do mundo, informou que vai elevar sua carteira de recursos administrados dos atuais 15,6 bilhões de dólares para 20 bilhões. O objetivo é ganhar musculatura para disputar a compra de grandes companhias públicas e privadas. Segundo o americano The Wall Street Journal, a decisão vai acirrar a disputa com outros private equity, que também buscam se fortalecer para concorrer à aquisição de companhias bilionárias.

De acordo com o Blackstone, o fundo de private equity foi reaberto para nova captação de recursos porque se aproximou do limite de investimentos anuais determinado pelo seu estatuto. O fundo garante aos investidores que não aplica mais do que 40% de seus recursos por ano. Assim, ao ampliar a carteira, o Blackstone também estará elevando sua capacidade de investimento dos atuais 6,24 bilhões de dólares para 8 bilhões por ano.

Nas últimas semanas, analistas do mercado financeiro começaram a listar possíveis alvos da nova onda de aquisições dos fundos de private equity. No geral, todas as companhias citadas têm valor de mercado superior a 50 bilhões de dólares. Entre os potenciais alvos, estão gigantes como a fabricante de computadores Dell; Texas Instrumentos, especializada na produção de semicondutores; e a BT Group, companhia britânica de telecomunicações. Alguns analistas arriscam incluir lances mais ousados, como a aquisição do controle da anglo-holandesa Unilever.

A estratégia de expansão dos fundos de private equity tem sido muito criticada por investidores e analistas. Os mais agressivos, como os fundos de hedge, procuram comprar o controle de grandes companhias ou pelo menos uma fatia que lhes garanta assento no conselho de administração no mercado de capitais. Depois, passam a pressionar a diretoria executiva a implementar mudanças que assegurem grandes cortes de custos, a fim de valorizar a empresa. Quando obtêm seu objetivo, os fundos revendem as ações para outros investidores - geralmente, com grandes lucros.

A resposta dos outros fundos à ampliação da carteira do Blackstone já começou. O Carlyle Group, de Washington, também busca compor um fundo de 15 bilhões de dólares, mas agora pode ampliar o montante. A Texas Pacific Group também anunciou a abertura de um novo fundo de 15,2 bilhões de dólares.

A disputa entre fundos de private equity acelerou os processos de fusões e aquisições. Somente nos últimos 18 meses, foram registradas 15 das 20 maiores aquisições de controle da história, com forte participação dos fundos. Em 2006, os fundos já respondem por 17% das principais fusões e aquisições anunciadas.

A maior operação envolvendo fundos de private equity foi realizada em 1988. Um consórcio liderado pela Kohlberg Kravis Roberts & Co. comprou a RJR Nabisco por 25,1 bilhões de dólares. Neste ano, o maior acordo até o momento é a compra da cadeia de hospitais HCA, por 21,3 bilhões de dólares. O negócio foi conduzido pela KKR, Bain Capital e Merrill Lynch.

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