Mundo

Líder supremo diz que Irã não será pressionado

Aiatolá Ali Khamenei disse que autorizou conversas nucleares com potências mundiais só para provar as intenções pacíficas do país


	Ali Khamenei: "norte-americanos estão bem cientes de que não buscamos armas nucleares, mas ainda fazem essas acusações de vez em quando para preservar o clima anti-Irã", disse
 (Caren Firouz/Reuters)

Ali Khamenei: "norte-americanos estão bem cientes de que não buscamos armas nucleares, mas ainda fazem essas acusações de vez em quando para preservar o clima anti-Irã", disse (Caren Firouz/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2014 às 16h41.

Dubai - O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que autorizou conversas nucleares com as potências mundiais, incluindo os arqui-inimigos Estados Unidos, só para provar as intenções pacíficas do Irã, mas que Teerã não será pressionado e não interromperá as pesquisas atômicas.

Em comentários a cientistas nucleares, ele acrescentou que o Irã deve continuar as discussões para por fim à discórdia sobre as atividades nucleares, que o Ocidente teme ter como objetivo o desenvolvimento da bomba, mas que os negociadores iranianos não devem ceder quaisquer ganhos obtidos com seu programa nuclear.

"Os norte-americanos estão bem cientes de que não buscamos armas nucleares, mas ainda fazem essas acusações de vez em quando para preservar o clima anti-Irã", disse Khamenei a um grupo de cientistas nucleares e autoridades que se reuniram para marcar o "Dia da Tecnologia Nuclear" do Irã, um evento importante no calendário nacional.

"É por isso que concordei com a iniciativa do governo de negociar, só para cortar o clima e expor a verdade à opinião mundial", afirmou ele, referindo-se à abertura diplomática do presidente iraniano, o moderado Hassan Rouhani, ao Ocidente depois de sua grande vitória nas eleições de junho.

Khamenei, que detém o poder quase absoluto no Irã, alertou, no entanto, que há um limite para quão longe a República Islâmica irá para satisfazer seus adversários na questão nuclear.

"Não, nossa busca pela ciência nuclear nunca irá parar. Não iremos ceder quaisquer ganhos em nossa pesquisa e nosso desenvolvimento nucleares, e nossos negociadores não devem permitir que o outro lado assedie o Irã", disse ele, segundo a agência de notícias estatal Irna.

"A decisão de negociar não significa que vamos voltar atrás nesse assunto".

Mesmo assim, o clérigo iraniano reafirmou o apoio à diplomacia como meio de resolver a prolongada disputa nuclear, que custou ao Irã sanções econômicas desastrosas.

Khamenei falou enquanto negociadores iranianos e as grandes potências - EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha - se reuniam pelo segundo de dois dias de conversas em Viena para tentar abrir caminho para um acordo de longo prazo sobre o programa nuclear de Teerã, embora diplomatas tenham dito que "lacunas significativas ainda precisam ser preenchidas".

O Irã nega as acusações de que seu programa nuclear tem o objetivo de obter a capacidade de fabricar armas atômicas, quer o fim da sanções e recuperar o que considera ser seu lugar de direito como potência regional.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaIrã - PaísReligiãoTestes nucleares

Mais de Mundo

Com Itália envelhecida, projeto quer facilitar ida de imigrantes para trabalhar no país; entenda

Premiê de Bangladesh cancela viagem ao Brasil após protestos em massa

Supremo de Bangladesh anula cotas de emprego que geraram protestos com mais de 100 mortos

Coreia do Norte lança mais balões de lixo e Seul diz que tocará k-pop na fronteira como resposta

Mais na Exame