Protesto: Grupo protesta pela democracia no aniversário da devolução de Hong Kong a China (Bobby Yip / Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2016 às 16h55.
Hong Kong -- Hong Kong foi às urnas neste domingo, na primeira grande eleição do país desde os protestos pró-democracia em 2014 e com a pressão pela independência e as tensões com a China entre os principais temas em jogo.
A votação é para um conselho legislativo com 70 assentos, no qual a oposição pró-democracia de Hong Kong pretende manter o bloco de veto de um terço. A batalha é dura, já que eles enfrentam rivais pró-China melhor organizados e financiados.
A ex-colônia britânica foi devolvida à China em 1997 no esquema "um país, dois sistemas", que prometia manter as liberdades locais e leis separadas por pelo menos 50 anos, mas dava controle final a Pequim.
Longas filas foram formadas no lado de fora das zonas eleitorais. Há um número recorde de candidatos, que se espalharam pela cidade de 7 milhões de habitantes no dia da votação.
Muita atenção está sendo concentrada em um grupo de aproximadamente 20 "localistas" pró-democracia com uma agenda mais radical contra a China e que podem se tornar uma nova força na legislatura.
"Hong Kong está caótica. Quero fazer algo para ajudar", afirmou Maicy Leung, de 28 anos, que encarava uma fila de mais de 100 pessoas para votar. "É para ajudar a próxima geração e me ajudar." A oposição atualmente controla 27 das 70 cadeiras, o que dá a ela o terço necessário para veto. Os resultados devem sair na segunda-feira de manhã.
A eleição é um termômetro do sentimento anti-China dois anos depois que milhares de pessoas tomaram as ruas de Hong Kong para reivindicar independência total dos líderes comunistas da China.
Uma nova geração de ativistas que foram protagonistas dos protestos está abertamente apoiando a independência, o que segundo algumas pessoas pode prejudicar o futuro econômico e político de Hong Kong. Mesmo assim, essa tendência tem ganhado força. Uma pesquisa da Universidade Chinesa de Hong Kong mostrou que uma a cada seis pessoas defende a separação.
Autoridades de Hong Kong geralmente apoiam Pequim e querem preservar o atual sistema, embora a confiança no compromisso da China com essa fórmula esteja abalada depois de incidentes recentes, incluindo a prisão de vários vendedores de livros de Hong Kong por agentes chineses.